Não Basta Ser Convergente, Tem que Ser Móvel Também

O acesso a informações, comunicação, serviços e compras de forma interativa, a qualquer momento, de qualquer lugar, é o principal atributo de uma nova onda de relacionamento baseada em interações remotas caracterizadas por uma riqueza de elementos digitais funcionais cada vez mais próximos de um processo real de atividades e interações físico-presenciais. Em outras palavras, o virtual, apesar de mais virtual do que nunca, parece-se cada vez mais com o físico, com o tradicional.

A Internet, como precursora e viabilizadora da convergência digital, propiciou a integração, em um mesmo ambiente, de formatos e dinâmicas multimídia de comunicação, interação e informação capazes de ofertas a qualquer um conectado acesso a serviços financeiros e comerciais, relacionamentos em redes, colaboração e diversas outras aplicações que, de certa forma, mudaram a forma como pessoas e empresas se relacionam entre si.

Novas oportunidades e formatos de trabalho remoto, com equipes móveis, colocam na ribalta o modelo de colaboração virtual, como também criam novos modelos de negócio que, sem as características intrínsecas aos ambientes Web, dificilmente teriam chances de serem explorados.

Atualmente, as fronteiras de acessibilidade à informação e à transação são cada vez mais tênues. A massificação da Web como meio essencial tem acelerado sobremaneira a disseminação e o compartilhamento dessa informação, assim como possibilitado que cada indivíduo conectado à rede possa ser um agente ativo, um hub de informações e influências interconectado a diversos outros agentes.

Para o mundo corporativo, a convergência digital trouxe consigo a consolidação da era da informação/do conhecimento e ajudou a consolidar outro fenômeno: o da globalização (macro-ambiente), com a decorrente inserção dos consumidores e clientes de forma ativa e direta na cadeia de influência competitiva das empresas.

Entretanto, estabelecer conexões com esses consumidores no ambiente digital está se tornando atividade cada vez mais complexa. Isso porque, eles se tornaram um alvo ainda mais móvel que no passado recente e com poderes ampliados para acessarem e compararem informações, referências de produtos, níveis de serviços e atitudes de empresas; os consumidores tornaram-se potencialmente aliados ou inimigos influentes para as empresas, principalmente porque possuem um celular na mão e o acesso instantâneo a Sites e redes como Google, Yahoo, Twitter, Facebook, Orkut e similares.

No Brasil, a telefonia móvel atingiu a marca de 194 milhões de celulares em outubro de 2010. A penetração de celulares chega a 100 celulares para cada 100/hab e, embora 82,2% sejam pré-pagos, há nitidamente forte tendência do aumento do uso de celulares para acesso à Internet.

Ainda, o acesso pós-pago teve maior crescimento que o pré-pago. Foram vendidos 63 milhões de smartphones** no segundo trimestre de 2010, um aumento de 52,2%, se comparado ao mesmo período do ano anterior. É o maior crescimento registrado nos últimos três anos. Na classe A, 14% dos donos de linhas já usam internet pelo celular, conforme apresentação da IAB abaixo:

 

Em relação ao M-Commerce, o lado mais tangível e mensurável das relações, apesar de ainda possuir um público-alvo mais elitizado e restrito em função dos custos de acesso a redes com tecnologia de “banda larga”, assim como a aparelhos mais sofisticados e preparados para proporcionar uma experiência mais positiva de compra, também se pode notar uma consistente evolução em relação a seu volume e intensidade de uso.

Em mercados mais maduros, como o americano, casos de sucesso como o do aplicativo para iPhone do eBay, que em 2009 já havia vendido mais de US$ 400 milhões até o mês de outubro, estão cada vez mais freqüentes. No Brasil, a Saraiva foi uma das pioneiras a lançar seu aplicativo de vendas para iPhone, em que os usuários podem comprar qualquer produto da loja por meio desse dispositivo.

Mas esse movimento ainda é muito pequeno perto do potencial e da velocidade com que as inovações estão se tornando essenciais na vida das pessoas. Outros movimentos importantes que podem ser citados são do Pão de Açúcar, que lançou o Pão de Açúcar Delivery nas plataformas mobile Android, iPhone, iPod touch e iPad e de praticamente todos os grandes bancos, que possuem suas aplicações e serviços disponíveis em plataformas móveis.

Pagamentos via telefonia móvel vêm sendo, mais e mais, estudados e testados com sucesso. O dinheiro, de físico e palpável, passará a ser virtual e digital em curto espaço de tempo. Toda transação poderá ser realizada via dispositivo móvel, seja para compra, venda, contratação, pagamentos, acessos, seja para o que for.

Todas as atividades corporativas de comunicação, relacionamento, marketing e vendas serão diretamente afetadas pela crescente adoção e utilização do canal móvel para acesso a aplicativos e/ou serviços e conteúdos espalhados pela Web.

A inserção e a integração do canal móvel no mix estratégico de investimentos em comunicação, vendas e publicidade é de vital importância para que se possa colher os frutos que certamente virão em um futuro próximo.

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