O acordo final entre o governo e as Farc-EP marca um novo rumo para a Colômbia

25 agosto 2016
O acordo final entre o governo e as Farc-EP marca um novo rumo para a Colômbia

Bogotá. O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) acolhe com satisfação o acordo alcançado pelo governo colombiano e as Farc-EP para pôr um ponto final aos confrontos armados. No entanto, chama a atenção para a situação que persiste após os pactos conquistados.

"O acordo final entre o governo colombiano e as Farc-EP é um feito histórico para a Colômbia. Porém, é importante insistir em que mais de cinco décadas de conflito armado interno deixaram marcas profundas na sociedade colombiana, sobre as quais é necessário continuar trabalhando. Aliviar o sofrimento dos familiares de pessoas desaparecidas, daquelas que foram afetadas por minas e artefatos explosivos, das vítimas da violência que não se caracteriza como conflito armado e das pessoas privadas de liberdade continuariam sendo prioridades para o CICV e uma responsabilidade das partes que vai além do acordo. Esses desafios, aos quais se somam novas realidades como a reconfiguração de estruturas armadas no país, exigem a nossa atenção mesmo depois desse momento crucial", indicou Christoph Harnisch, chefe da delegação do CICV na Colômbia.

"O clima de otimismo e de esperança que ronda esse acordo nos leva a insistir na necessidade de que as partes envolvidas procurem saídas frente aos demais cenários de conflito e violência armada que persistem na Colômbia. São contextos que requerem a vontade política dos implicados na tomada de decisões para que esses confrontos não afetem os civis. O acordo final, sem dúvida, pode ser o começo, mas é preciso que esse passo dado pelo governo colombiano e pelas Farc-EP se traduza em mudanças concretas para milhares de colombianas e colombianos que continuam sobrevivendo em meio a condições difíceis", ressaltou Harnisch.

Diante desses desafios, o CICV continuará trabalhando, sempre orientado pelos princípios de neutralidade, imparcialidade e independência. Da mesma maneira, o CICV reitera a sua disposição para contribuir em novos cenários de negociação, sempre com uma finalidade humanitária, como desde o início dos diálogos em Havana ofereceu os seus bons ofícios e a sua experiência em Direito Internacional Humanitário (DIH) às duas partes da negociação - governo e Farc-EP.

Para obter mais informações e agendar entrevistas:
Isabel Ortigosa Barbero, CICV, Bogotá, tel.: +57 311 491 07 89