• Texto Mariana Mello | Realização Nuria Uliana | Fotos Edu Castello
  • Texto Mariana Mello | Realização Nuria Uliana | Fotos Edu Castello
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apartamento-decoracao-estudio-vitor-penha-estilo-industrial-concreto-aparente-area-social (Foto: Edu Castello/Editora Globo)

Living | O espaço de jantar é delimitado por ladrilhos hidráulicos, da Ladrilar, combinados ao assoalho de pínus. À esq., parte do forro foi mantida rústica na área correspondente à varanda, que foi integrada à área interna (Foto: Edu Castello/Editora Globo)

Izabela – com Z, por causa da numerologia – é um risonho bebê de cinco meses. Tão logo comece a engatinhar pelo apartamento onde vive com os pais, perceberá o mundo a partir de novos paradigmas. Concebido pelo Estúdio Vitor Penha, o espaço quase não tem separação entre os cômodos. Nem nas áreas consideradas íntimas, como quarto de casal e sala de banho. Também são poucas as portas e batentes. Integrar os ambientes para ter mais espaço? Sim, sempre. Mas o motivo da eliminação de divisões não foi apenas esse. “Queremos que nossa filha aprenda, desde cedo, a respeitar o espaço do outro”, contam Ricardo, publicitário, e Daniela, administradora de empresas, que abriu mão da planta tradicional de quatro dormitórios. Graças ao living integrado à varanda, que se une à sala de jantar e à cozinha, a família experimenta, ao redor da extensa mesa, “a verdade da casa”.

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Verdade é pia com louça suja, correspondência no sofá, cheirinho de tempero na panela – a comida não nasce pronta, Izabela. Verdade é algo fora do lugar, a presença dos funcionários, a TV com som baixo no mesmo ambiente da área de leitura. Na contramão do pensamento de que criança precisa de “quarto para brincar”, Ricardo é firme: “Ela vai brincar onde quiser. Não são as paredes que impõem os limites”. Diretor de criação do estúdio que leva seu nome, o arquiteto Vitor Penha primou pela autenticidade ao escolher os materiais, acabamentos e peças de mobiliário. Valendo-se do conceito que permeia sua filosofia de trabalho – o da beleza imperfeita –, Vitor expôs vigas, colunas pluviais, tubulações elétricas e subverteu as funções dos objetos. Por isso o concreto aparente por todo o apartamento. Nesta decoração de cozinha, em vez de ilha tradicional, há um carrinho de oficina mecânica. Com pintura laqueada e rodinhas, o móvel abriga utensílios – um achado da arquiteta Veronica Molina, coordenadora geral do escritório e braço-direito de Vitor. Garimpadas com paciência em antiquários do centro de São Paulo, cristaleira, armário e penteadeira ocuparam com ginga e sustentabilidade o território das marcenarias de alto padrão.

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O respeito e a liberdade que Ricardo e Daniela ensinarão à filha foi posto em prática com a equipe do Estúdio ao longo do período de projeto e obra. “Fomos tratados como artistas. Como se o imóvel fosse tela em branco à espera da criação”, lembra Veronica. Os moradores confirmam: “Contratamos a equipe de Vitor Penha como quem compra uma obra de arte”. Para o arquiteto, o resultado final traz uma morada singular, com extensa base de interpretação. “Por ser tudo integrado e exposto, a experiência é inversa à privacidade. O convívio está acima de tudo”, afirma. Bem-vinda, Izabela.

apartamento-decoracao-estudio-vitor-penha-estilo-industrial-concreto-aparente-mesa-de-jantar (Foto: Edu Castello/Editora Globo)

Área de jantar | A mesa de pínus de oito lugares feita sob medida recebeu as cadeiras do Atelier Fernando Jaeger. Pendentes, da Muuto, comprados na Micasa. À esq., armário bordô executado pela Marcenaria Medeiros (Foto: Edu Castello/Editora Globo)

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Viga | Aparente e sem acabamento, ela se une à mesa de jantar, encaixada com acabamento perfeito. Cristaleira e armário antigos, garimpados no Centro de São Paulo. Ao fundo, veja a cozinha integrada (Foto: Edu Castello/Editora Globo)

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Sala de estar | No sofá da Micasa com almofadas da Poeira e da Conceito Firma Casa, Daniela e Ricardo, com Izabela e o cão Lucky. Luminária Tolomeo, da La Lampe (Foto: Edu Castello/Editora Globo)

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Mesa de centro | Comprada na Micasa, exibe arranjo floral e, na foto acima, vaso de Gaetano Pesce, da Poeira, e gaiola da Conceito Firma Casa com elefante do Estudio Manus (Foto: Edu Castello/Editora Globo)

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Estante | Na estrutura de alvenaria há caixotes de pínus, feitos pela Marcenaria Medeiros. No andar superior, criações de artistas como Binho Martins e Lucio Carvalho (Foto: Edu Castello/Editora Globo)

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Iluminação natural | Janelas com vidro de fora a fora permitem a entrada de sol no apartamento e, à noite, convidam a apreciar a vista. Cortinas de linho cru garantem a privacidade sem escurecer o local (Foto: Edu Castello/Editora Globo)

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Entrada | Portas de correr isolam o lavabo e o hall de entrada. Juntas, formam único painel. Pinturas na parede assinadas pelo artista Binho Martins (Foto: Edu Castello/Editora Globo)

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Lavabo | Sugestão da moradora, tem aspecto cênico, com azulejos tamanho 15 x 15 cm da Mosaicor. Pia e espelho encontrados em antiquário (Foto: Edu Castello/Editora Globo)

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Quarto do casal | Sem cabeceira, a cama é emoldurada pela cortina de linho, que, quando aberta, revela a vista. Mesas laterais fazem o papel de criados-mudos. Colcha, feita pela mãe da moradora (Foto: Edu Castello/Editora Globo)

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Bancada de apoio | Na base de concreto estão os armários, executados pela Marcenaria Medeiros. Degraus formam o tablado que leva à cama. Quadros da Alessi à venda na Benedixt (Foto: Edu Castello/Editora Globo)

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Penteadeira | Comprada em antiquário, dá um ar retrô à decoração e acomoda objetos pessoais da moradora. Para preservar o conforto térmico, o imóvel tem aquecimento no piso (Foto: Edu Castello/Editora Globo)

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Sala de banho | Separada do quarto por elementos vazados, a área é exemplo de integração de espaços.
Em forma de caixa, lavatório de limestone. (Foto: Edu Castello/Editora Globo)

apartamento-decoracao-estudio-vitor-penha-estilo-industrial-concreto-aparente-banheiro (Foto: Edu Castello/Editora Globo)

Chuveiro duplo | A pedido do casal, foi projetado o box com duas duchas, que receberam tubulações aparentes e registros industriais. Vasos sanitários ficam em outro local, isolados por portas (Foto: Edu Castello/Editora Globo)