Movimento Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho faz apelo para que os Estados aproveitem uma oportunidade inédita de avançar com o desarmamento nuclear

26 setembro 2016

Genebra/Nova York (FICV/CICV) – Por ocasião do Dia Internacional para a Total Eliminação das Armas Nucleares este ano, o Movimento Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho renova o seu apelo aos Estados para começarem as negociações sobre um tratado que proíba o uso e a total eliminação das armas nucleares, em conformidade com os seus compromissos existentes.

Este apelo surge durante a sessão anual da Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York, que pode decidir convocar uma conferência em 2017 para negociar um tratado para proibir as armas nucleares, levando à sua total eliminação. Ao fazer isso, os Estados estariam agindo segundo a recomendação feita em agosto pelo Grupo de Trabalho das Nações Unidas sobre desarmamento nuclear com o amplo apoio dos Estados.

Pela primeira vez nos últimos 70 anos, uma proibição do uso das armas nucleares poderia se tornar uma realidade.

"Faço um apelo aos Estados a que aproveitem essa oportunidade", afirmou o presidente do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), Peter Maurer. "É chegado o momento para que os líderes mundiais mostrem liderança nessa questão. Precisamos livrar o mundo das armas nucleares de uma vez por todas. Até conseguirmos isso, a possibilidade do uso intencional ou acidental das armas nucleares continua, assim como o risco de consequências catastróficas e duradouras que as armas nucleares podem ter para a saúde humana, meio-ambiente, clima, produção alimentar e desenvolvimento socioeconômico. Livrar o mundo das armas nucleares é um imperativo humanitário".

"A história nos mostrou que as consequências humanitárias das armas nucleares – ou mesmo de uma arma nuclear – são indescritíveis e podem durar décadas", declarou o presidente da Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho, Tadateru Konoé. "Mais de 70 anos após o lançamento de bombas atômicas em Hiroshima e Nagasaki, os médicos dos hospitais da Cruz Vermelha Japonesa nas duas cidades ainda estão tratando milhares de sobreviventes que enfrentam os efeitos duradouras na sua saúde."

"A maioria das armas nucleares nos arsenais de hoje são muito mais poderosas e destrutivas do que as usadas em 1945", afirmou Konoé. "A prestação de assistência humanitária efetiva após o ataque seria praticamente impossível e nenhum plano internacional parece existir para essa eventualidade."

O Movimento Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho fez um apelo histórico em 2011, com base em outros feitos desde 1945, para a proibição e a eliminação de armas nucleares.

Mais informações:
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Benoit Carpentier, líder de equipe – comunicação pública, FICV
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