Inflação de julho conta muitas coisas sobre a economia do país
A metade do ano é um bom momento para fazer uma revisão de como os indicadores da economia se comportaram em anos anteriores até esse ponto. A comparação pode ajudar a entender o momento atual, examinando a dinâmica dos números e dos agentes nos períodos anteriores recentes.
O principal dado a ser divulgado nesta semana é o IPCA de julho – o IBGE revela o dado na próxima quarta-feira. As expectativas giram em torno de um índice muito próximo de zero, bem mais baixo que a inflação registrada em junho, que foi de 0,26%. Esse resultado pode levar o IPCA acumulado em 12 meses para perto de 6,25% e sair dos temerosos 6,70% registrados em junho passado.
No Brasil, julho é, sazonalmente, um mês de inflação mais baixa. Voltando alguns anos atrás, essa ocorrência se confirma. Em julho de 2011 o IPCA foi de 0,16%; em 2010, 0,01%; em 2009, 0,24%. Em julho de 2008, portanto antes da crise financeira mundial, a inflação no Brasil estava em trajetória de alta (0,53%) e os juros também. O BC subiu a taxa básica para 12,25% naquele mês e seguiu neste movimento até a Selic chegar em 13,75% na reunião do Copom de outubro de 2008.
Em julho de 2012 o IPCA fechou em 0,46%. Foi o pior resultado para o mês desde 2008. No ano passado, a maior pressão veio dos alimentos, que responderam pela metade da inflação daquele período. Foi quando começou o efeito da quebra nas safras de grãos no exterior. No acumulado até julho de 2012, o IPCA rodava a 2,76%. Até meados do mês passado (de 2013), o índice acumulado fechou em 3,52%.
Obs: Não é preciso entender muito de economia para perceber o imenso desafio de fazer com que a inflação desse ano fique abaixo da de 2012, com o desempenho alcançado até agora.
Ainda em julho de 2012, a taxa básica de juros caia pela sétima vez consecutiva para 8% ao ano e continuou caindo até chegar no recorde histórico de baixa – 7,25% em outubro passado. Naquela época, a inflação só subia e o BC continuava a reduzir os juros porque acreditava que a pressão sobre os preços de 2012 não se repetiria em 2013 e a atividade econômica patinava. Tanto assim que o PIB terminou o ano com 0,9% de alta.
Acontece que a pressão de 2012 não se repetiu, mas a de 2013 chegou. E chegou com tanta força que o BC foi obrigado a mexer nos juros, dessa vez para cima. E não deve parar até que o IPCA desista de ficar acima, ou por volta de 6% – o que pode acontecer até em 2014.
Para citar apenas um fonte de pressão sobre os preços, em julho do ano passado o dólar ultrapassou a barreira de R$ 2 e causou um bom estrago na inflação de 2012. E como está a moeda americana agora? Posso lhe ajudar – R$2,28.
5 agosto, 2013 as 10:13
Você acha que o governo vai intervir com a alta do dólar? Existe alguma saída para evitar que o câmbio aumente ainda mais? Para quem vai viajar para o exterior no fim do ano, é melhor ir comprando a moeda estrangeira agora ou esperar o a queda do dólar?
5 agosto, 2013 as 10:30
O fato é que muitos “alardearam” que a inflação estava sem controle e agora eles vêem que a inflação está abaixando e indo para níveis normais (e que não precisava de ter falando tão mal da economia no início do ano como falaram). Todos os índices – IPCA, IGP-M, INCC, estão decrescendo. Ao analisar hoje nossa economia vemos que o mercado está mais para deflação do que para inflação. Nosso PIB só não crescerá mais de 3%, porque o mundo está em recessão por se tratar de uma crise global prolongada.
5 agosto, 2013 as 10:43
Penso que a inflação neste ano é ainda uma caixa de surpresas. Como a taxa de juro irá aumentar, há a possibilidade de, apesar da alta do dólar, haver algum controle. Porque historicamente a alta do juro tem tido efeito na inflação. E acredito que, ao contrário do que se fala, essa mesma alta do juro não influenciará grandemente na variação do PIB – basta ver que o maior PIB que alcançamos ultimamente ocorreu sob um regime de juros altos, enquanto esse irrisório PIB de 0,9% ocorreu com uma taxa de juro bastante baixa. Fatores como o preço das commodities e o crescimento de nossas economias “parceiras” (como a China e, particularmente para o estado de São Paulo, a Argentina) influenciam muito mais no PIB que a taxa de juro, muito ao contrário do que insistentemente afirmavam os empresários brasileiros. É claro que precisamos de juros minimamente civilizados, mas imaginar que não se deva aumentar a SELIC com medo de menor crescimento, em detrimento da inflação, é pura ingenuidade. Avalio que este 2013, mesmo tendo como base o fraquíssimo 2012, não verá nem 2% de crescimento. Pior, acho que 2014 já está muito comprometido. Precisamos reformas estruturais e investimento, principalmente em infraestrutura. E, a longo prazo, resolver (de verdade) um problema que impede qualquer esperança de um futuro melhor: a baixíssima qualidade de nossa educação.
5 agosto, 2013 as 10:50
Leonardo,
as intervenções do BC devem acontecer se a volatilidade no preço do dólar for além do desejado – não porque o valor da moeda americana subiu muito. Esse movimento de alta do dólar é mundial e o Brasil não tem como escapar dele. Para nós está saindo um pouco mais caro porque o país vive hoje uma crise de confiança. Para quem vai viajar, independentemente do valor do dólar agora, é sempre recomendável ir comprando o que precisa desde a decisão pela viagem até o momento do embarque.Deixar tudo para em cima da hora pode trazer surpresas boas ou más. A má surpresa pode inviabilizar muitos planos.
Obrigada pelo seu comentário.
Um abraço
Thais Herédia
5 agosto, 2013 as 11:30
A inflação é ainda e será por muito tempo a preocupação nacional ; Temos uma cultura inflacionaria o Brasileiro é inflacionista , é, quando vai ao supermercado e enche o carrinho ,compra de mais ,o brasileiro come de mais ,gasta muito …é bom termos um consumidor bom de padrão médio ,mais temos que preferir o consumidor conscientes que compra o suficiente e divide suas despesas com alimentação dividido em semanas ,consumir semanalmente .
São hábitos …..!!!!
Apostar em divisa muito Baixa ,gera um numero de crescimento falso , com o IReal há este valor é uma degradação ,é por o pais em liquidação …..!!!!!!! só aumenta mais a inflação ,
Thais uma administração qualquer que seja ,não pode estar sujeita a pontualidades ,temos que trabalhar com a prevenção ,( já que sabemos que as variações do Dólar gera muitos problemas para economia Brasileira ,já que sabemos ,por que ainda o governo brasileiro e os brasileiros ainda se endividam em Dólar ?; e investe em IReal . tem muita dividas que foram formadas por este vai e vem da divisa .
Já não importa mais se vai subir ou descer o ficar estável por mais tempo possível seria a melhor alternativa ,
Thais a imagem é tudo , somos aquilo que transparecemos para o mundo ,estas manifestações bastardas que não acaba mais .queima o filme do pais ……corrupção ,tudo que acontece aqui e é mostrado na TV é visto no mundo .
Soberania é está a palavra da vez ,SOBERANIA temos que pensar nesta palavra e incluir em nosso vocabulário e chamar a atenção e perguntar ,o que é ser SOBERANO ????
5 agosto, 2013 as 11:53
O índice de inflação não conta várias coisas. Não conta, por exemplo, que a inflação do orçamento de quem recebe uma aposentadoria malhada do INSS é sempre muito maior que o índice. Verifique o aumento dos planos de saúde nos últimos anos e veja quanto superou o tal índice oficial. Não conta que aqui não tem livre mercado. O que existe é um cartório em conluio com a estrutura de dominação do poder, mesmo esta supostamente de origem popular. Qual a cidade que apresenta real concorrência nos preços praticados nos postos de gasolina que ficam numa determinada região? Quantos varejistas de supermercado existem em uma determinada cidade ? As perguntas são infindáveis e a inflação não mostra coisa alguma. A verdade é que vivemos num sistema que se auto alimenta reproduzindo uma estrutura de dominação desde de muito tempo, mudando apenas os ocupantes do topo da estrutura. E quem está fora não quer que a estrutura seja desmantelada, pois almeja ocupar um lugar na estrutura. E assim seguimos rumo ao ralo, pois esse sistema não se sustenta pois não é harmônico com a natureza.
5 agosto, 2013 as 17:27
Dizem as mas Linguas que o FED deu um PAUSE na impressora que estava comendo solta a todo vapor desde 2008, ao inves de aproveitar a abundancia de $$$ e tacar em infra educacao naaaaaaaaaoo usamos o $$ pra fazer 500mil cargos comissionados pra os cumpanheiro e pra ocmpra votos via pseudo programas de distribuicao de renda, e no melhor estilo HUGO CHAVEZ perdemos a OPORTUNIDADE DE OURO mais ums vez, com antes o fizemos logo depois da segunda guerra , tem muita mumia no poder desse pais por 30 40 60 anos ( e nao morrem ) como esperar resultados diferentes, fazendo as mesmas coisas votando nas mesmas pessoas… eu nao sou economista , mas tenho observado uma coisa, india , china , russia estao comprando ouro loucamente desde 2008 por alguma razao…. sera o guido MARGARINA um visionario!!!????
5 agosto, 2013 as 19:10
Thais.
A inflação chapa branca pode ter baixado. A inflação real, aquela que afeta diretamente os nossos bolsos, continua subindo.
José Carlos.
5 agosto, 2013 as 19:48
Lamentavelmente alguns gênios do desguverno ainda acham que o PIB brasileiro não cresce porque há recessão no exterior. Isso é a mais absoluta balela que nos impõe guela abaixo. A economia brasileira vai mal porque está mal administrada. Os Estados Unidos crescem a passos largos e continuarão a fazê-lo. Cadê a recessão mundial??? Nenhum investidor com um mínimo de bom senso vai investir num País que não tem credibilidade na política econômica. A inflação ainda preocupa mas o desguverno a trata com leniência e é por isso que ninguém investe aqui. O juros tava baixo e ninguém investiu no Brasil. Porque será? Obviamente porque a inflação estava fora de controle, como ainda está. O cenário é ruim porque o investimento está baixo, o superávit primário aquém do desejado, crescimento menor que 2 por cento ao ano, indústria sem investimento, dólar alto, déficit na balança comercial, desemprego subindo…. Ou buscamos a credibilidade que foi construída no passado a duras penas ou voltamos a ser, no futuro, o país do futuro………
6 agosto, 2013 as 12:55
É impressionante constatar que algumas pessoas só creem naquilo que querem crer! Acabo de ler acima que a crise externa é severa e que o Brasil está crescendo menos por causa dela… Isso é parcialmente verdadeiro!
Ora, o Brasil está crescendo pouco em comparação com muitos países semelhantes! Aqui na América do Sul, há muitos países crescendo muito mais do que o Brasil. Aliás, o crescimento do Brasil está entre os piores da América Latina. Até uma economia madura com a dos EUA apresenta crescimento muito mais relevante do que o brasileiro.
Vamos supor que a presidente Dilma aceite que o Brasil está enfrentando dificuldades. Por que, para começar a dar um tom de austeridade ao seu governo, Dilma não reduz o seu número abusivo de ministros? Imagine se estivéssemos crescendo a taxas chinesas… talvez a presidente Dilma tivesse hoje 70 ministros e 100.000 cargos comissionados!!!
6 agosto, 2013 as 21:23
Ô bando de entendidos?
Expliquem-me algumas coisas?
Há anos a escola dos meus filhos sobre no mínimo 11% ao ano?!
Vá ao supermercado para ver os preços. Muito acima do que esses índices fraudados.