20/09/2016 09h42 - Atualizado em 20/09/2016 09h49

Aos 94 anos, avô conhece neta tirada da família após morte da mãe no parto

Mulher foi levada para MA pelo pai após morte da mãe há 35 anos.
Avô e irmã mais velha ficaram em MS e se reencontraram na segunda-feira.

Rodrigo Grando e Nadyenka CastroDa TV Morena

A noite de segunda-feira (19) foi de emoções para uma família de Campo Grande. O patriarca, de 94 anos, conheceu a neta de 35 anos, que foi tirada dos parentes maternos logo após o nascimento. A mãe morreu no parto e o pai sumiu com ela, deixando a outra filha. Ela foi encontrada morando no Maranhão.

Ana Lúcia Silva de Almeida conheceu o avô, a irmã  Silvinha Paula de Jesus Carvalho e outros familiares. "Seja bem-vinda, minha irmã. Você não está só no mundo, tá?", disse Silvinha a Ana Lúcia.

O avô, João Graciano, não tinha mais esperanças de conhecer a neta. "Eu estava achando que ia morrer sem conhecê-la. Graças a Deus ela veio para onde eu estou", disse emocionado.

Procura
A procura por Ana Lúcia começou há cinco anos, no interior do Maranhão. Jânio Ricardo Alves Aranha, marido de Silvinha, ajudou. "A gente tinha o ponto inicial, o endereço de uma aldeia indígena, onde ela tinha estudado. Levantei nome, pessoas que conheciam e saí no rastro", explicou.

Jânio foi de Campo Grande para o Maranhão de carro sozinho e voltou com a cunhada e os filhos dela. Segundo ele, foram 15 dias naquele estado a procura de Ana Lúcia, que estava há 17 anos sem ver as pessoas que cuidaram dela após a morte do pai.

Para Ana Lúcia, a família cresceu rápido depois. Ela ganhou irmã, tia, sobrinhos e avô. "Daqui para frente eu não quero perder o contato com eles nunca mais. É muito ruim viver num mundo sem ninguém", finalizou.

Família
Os pais das irmãs moravam no Pará quando a recém-nascida foi tirada do convívio com os parentes maternos. Silvinha recorda. "Quando ela nasceu, que a minha mãe faleceu, eu vim embora para Mato Grosso do Sul e ela ficou com o pai dela. Aí o pai dela faleceu e a madrasta também, então, ela ficou só", lembra.

Além da solidão, também tinha a angústia de não saber onde estava parte da família. "Eu nunca tive contato nem com meu avô nem com ninguém da família. Era meu sonho encontrar minha família e hoje estou tendo esse privilégio de conhecer minha irmã, meu avô, contou.