11/11/2016 22h35 - Atualizado em 12/11/2016 12h05

Estudantes ocupam reitoria da Unicap contra a PEC do teto de gastos

Ocupação na Universidade Católica de PE começou na noite desta sexta (11).
Essa é a 1ª instituição privada ocupada no estado em protesto contra PEC 55.

Do G1 PE

Estudantes realizaram assembleia geral na reitoria da Unicap e decretaram a ocupação do prédio (Foto: Reprodução/Whatsapp)Estudantes realizaram assembleia geral na reitoria da Unicap e decidiram pela ocupação do prédio (Foto: Reprodução/Whatsapp)

Estudantes contrários à PEC do teto dos gastos da União ocuparam a reitoria da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), na Boa Vista, área central do Recife, na noite desta sexta-feira (11). Esta é a primeira instituição de ensino privada em Pernambuco a ser tomada pelo movimento estudantil contrário à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 55, que impõe um teto para os gastos do governo federal nos próximos 20 anos, incluindo investimentos públicos em áreas como educação e saúde.

A assembleia geral convocada pelos alunos da Unicap, que teve início por volta das 18h15 na reitoria da instituição, contou com mais de 100 participantes, de acordo com a assessoria da universidade, que confirmou a ocupação. O encontro foi finlizado às 20h50, com 97 votos favoráveis à ocupação e oito contrários.

Na reunião, os estudantes definiram também pautas de reivindicação internas, como o congelamento do valor da mensalidade da universidade por 20 anos e construção de um restaurante universitário, entre outras. "Também exigimos que os terceirizados possam colocar os filhos na Unicap com bolsa", explicou um integrante do movimento que não quis se identificar.

A diretoria da Universidade Católica de Pernambuco se reuniu com os manifestantes logo após a assembleia. A instituição informou que vai acompanhar o movimento dos estudantes e estará aberta ao diálogo. Segundo a Unicap, ficou acordado com os alunos que as atividades acadêmicas e administrativas serão mantidas.

Outras ocupações
As ocupações continuam se espalhando pelo estado. Na noite da quinta-feira (10), alunos ocuparam a Faculdade de Direito do Recife, no mesmo bairro. Com ela, a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) já registra 11 prédios ocupados pelo movimento. As unidades que contam com os atos de protesto estão sem aula. Além disso, os professores da UFPE, da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) e da Universidade de Pernambuco (UPE) decretaram greve nos últimos dias.

A PEC do teto dos gastos da União, como ficou conhecida, foi aprovada na Câmara dos Deputados como PEC 241 e seguiu para o Senado como PEC 55. Medidas provisórias que propõem a reforma do ensino médio também fazem parte dos motivos da paralisação das atividades dos docentes.

Ao todo, são 40 prédios de universidades federais, da UPE e de escolas públicas ocupadas no estado. As ocupações na UPE foram suspensas para a realização das provas do Sistema Seriado de Avaliação do 3º ano, última etapa do vestibular seriado da universidade. Os alunos prometem retomar as ocupações após os exames da segunda-feira (14).

A questão da reposição de aulas segue indefinida na UPE e UFRPE. Segundo a assessoria de imprensa da UFRPE, a reposição é decidida durante a reunião do conselho. Ela ocorre, geralmente, ao fim da greve, disse ao G1 por telefone.

Centro de Educação (CE) da UFPE está sem aulas  (Foto: Marlon Costa/Pernambuco Press)Centro de Educação (CE) da UFPE está sem aulas (Foto: Marlon Costa/Pernambuco Press)

UFPE
Além da Faculdade de Direito, os estudantes da UFPE também ocupam o Centro de Educação (CE), o Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH), o Centro de Artes e Comunicação (CAC), o Centro de Biociência (CB) e o Núcleo Integrado de Atividades de Ensino (NIATE), que atende o CFCH e o Centro de Ciências Sociais Aplicadas (CCSA), e o Núcleo de Educação Física e Desportos (NEFD), todos localizados no campus na Cidade Universitária, na Zona Oeste do Recife.

Há ainda ocupações nos campi da UFPE em Vitória de Santo Antão, na Zona da Mata Sul, e no Centro Acadêmico do Agreste (CAA), em Caruaru, no Agreste.

Prédio da UFRPE está ocupado (Foto: Bruno Lafaiete/ TV Globo)Cegoe é um dos prédios ocupados na UFRPE (Foto: Bruno Lafaiete/ TV Globo)

UFRPE
A ocupação na UFRPE do campus localizado no bairro de Dos Irmãos, na Zona Norte do Recife, teve início na noite do dia 24 de outubro. O movimento vem ocorrendo nos prédios Professor Tarcísio Eurico Travassos, Professor Manoel Amaro, Centro de Ensino de Graduação Obra-Escola (Cegoe) e na Unidade Acadêmica de Serra Talhada.

No dia 3 de novembro, a universidade informou que também foram ocupados o prédio Professor João Vasconcelos Sobrinho (Ceagri ll), o Departamento de Química, o Departamento de Matemática e o Departamento de Educação, além da unidade em Garanhuns, no Agreste. Os alunos chegaram ainda a colocar correntes e cadeados na unidade Professor Rildo Sartori (Ceagri l), que segue fechada, mas não está ocupada.

Alunos estão acampando no prédio da UPE, no Recife (Foto: Marlon Costa/Pernambuco Press)Ocupação da UPE no Recife teve início com tomada da Reitoria (Foto: Marlon Costa/Pernambuco Press)

UPE
No campus Recife da Universidade de Pernambuco, já são três unidades ocupadas, mas alguns dos prédios foram liberados para a realização do SSA3. O movimento nas universidades pernambucanas já fez com que 16.635 candidatos tivessem o Enem adiado para dezembro.

Os estudantes montaram acampamento no campus de Santo Amaro, na área central da capital, que sedia a Faculdade de Ciências Médicas (FCM), a Escola Superior de Educação Física (Esef), o Instituto de Ciências Biológicas (ICB) e a Faculdade de Enfermagem Nossa Senhora das Graças (Fensg).

Das quatro unidades de ensino, os estudantes apenas não ocupam a FCM. O protesto ocorre desde o dia 20 de outubro, quando cerca de 60 estudantes iniciaram um acampamento no prédio da Reitoria da instituição estadual, que foi desocupado no dia 27. Ainda há registro de ocupações em outros campi da universidade como em Nazaré da Mata, na Zona da Mata Norte, Palmares, na Zona da Mata Sul, Garanhuns, no Agreste, e Petrolina, no Sertão.

Estudantes do IFPE estão ocupando a instituição para protestar contra a PEC 241 (Foto: Grêmio Estudantil do IFPE Campus Recife/Divulgação)Estudantes do IFPE estão ocupando a instituição para protestar contra a PEC 241 (Foto: Grêmio Estudantil do IFPE Campus Recife/Divulgação)

IFPE
Das três unidade do Instituto Federal de Pernambuco (IFPE) que chegaram a ser ocupadas por alunos antes do Enem, apenas a de Olinda segue com o ato. Porém, o prédio de Barreiros, na Mata Sul, foi tomado no início da noite de quarta-feira (9). A ocupação teve início na quinta-feira (20). De acordo com o IFPE, o ato não atrapalha o andamento das aulas.

Confusãona frente de escola ocorreu na UR-3, no Recife (Foto: Marlon Costa/Pernambuco Press)Confusão na frente de escola ocorreu na UR-3, no Recife (Foto: Marlon Costa/Pernambuco Press)

Escolas
são quatro escolas estaduais ocupadas por alunos. Há registro do movimento na Escola de Referência em Ensino Médio (Erem) Cândido Duarte, no Recife; na Antonio Padilha, em Petrolina, Sertão; além de duas localizadas em São Lourenço da Mata, no Grande Recife.

São elas: Colégio Agrícola Dom Agostinho Ikas e o Colégio Agrícola Dom Agostinho Ikas (Codai), escola de ensino médio da UFRPE. Procurada pelo G1, a Secretaria de Educação do Estado não informou como ficará a reposição de aulas nas unidades ocupadas.

Na tarde da quinta (10), estudantes tentaram ocupar o a Erem Dom Sebastião Leme, no bairro do Ibura. Quatro estudantes foram detidos por desacato a policiais militares acionados para conter o tumulto.

Alunos da Escola Juarez Távora, na Madalena, Zona Oeste do Recife, realizaram um protesto e bloquearam a entrada do Túnel da Abolição, na mesma região. Os jovens exibiram cartazes e fecharam o acesso de veículos.

 

 

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