• 25/03/2013
  • Por Winnie Bastian; Fotos divulgação
Atualizado em
  (Foto: divulgação)

Ela é objeto de desejo de qualquer design addict. Dona de formas harmoniosas e capaz de gerar uma luz macia e envolvente, a luminária Fortuny, como hoje a conhecemos, é garantia de glamour instantâneo no décor. Mas o que poucos imaginam é que a história desta peça se conecta diretamente com o universo da moda. Seu criador, o espanhol radicado em Veneza Mariano Fortuny y Madrazo (1871-1949), tornou-se conhecido pelos tecidos de luxo (até hoje em produção) e trajes que criou. O vestido Delphos, de 1907, inspirado pela indumentária grega, é considerado uma lenda e integra a coleção de importantes museus, como o MoMA de Nova York.

  (Foto: divulgação)

Mariano Fortuny y Madrazo 

Embora sua formação primordial fosse como pintor, Mariano Fortuny se interessava por várias formas de arte: além dos tecidos e das roupas, também se dedicou ao design de interiores, à cenografia, à gravura e à fotografia. E foi justamente sua natureza eclética que motivou o surgimento da luminária, originalmente batizada de Moda. Percebendo como a luz era capaz de transformar os cenários, o artista decidiu experimentar diferentes formas de usá-la rebatida no palco, culminando na criação de um sistema luminotécnico e, posteriormente, da luminária, patenteada em 1903.

Seu funcionamento se baseia no princípio da reflexão e difusão da luz: escondida por uma pequena calota móvel – cujas regulagens permitem modificar a luminosidade –, a lâmpada não projeta a luz diretamente no objeto a ser iluminado, mas, sim, numa parábola de tecido que se encarrega de refletir um facho luminoso amplo e suave.

  (Foto: divulgação)A forma da luminária, espantosamente contemporânea apesar de seus 110 anos, também remete aos interesses ecléticos de seu autor. Os tripés de câmeras provavelmente influenciaram a base da peça, com sua coluna central ajustável e cabeça giratória, enquanto a intimidade do artista com os tecidos deve ter contribuído para a criação da cúpula em forma de guarda-chuva.

Reeditada pela Pallucco desde 1985, a luminária – agora levando o nome de seu criador – ganhou edições especiais, resultado de parcerias com renomadas empresas têxteis, como a italiana Rubelli (2009), a dinamarquesa Kvadrat (2012) e a própria tecelagem Fortuny (2011) – a versão original, que tem estrutura metálica com pintura epóxi em preto ou branco e difusor de algodão nas mesmas cores, permanece em linha. Em 2012, foi lançada uma versão petite, na qual o diâmetro do difusor foi reduzido de 86 para 65 cm, e a altura mínima, antes de 1,90 m, passou a ser de 1,68 m – a fonte luminosa, originalmente uma lâmpada de 500 W, nesta versão, é de 300 W.

* Leia a matéria completa em Casa Vogue # 331 (assinantes têm acesso à edição digital da revista)

  (Foto: divulgação)
  (Foto: divulgação)