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Estado de Minas

Comércio e construção civil avançam na Região Norte e na Pampulha


postado em 01/04/2013 06:00 / atualizado em 01/04/2013 07:50

Aumento da clientela nos fins de semana gera filas que chegam às ruas(foto: Juarez Rodrigues / EM / DA Press)
Aumento da clientela nos fins de semana gera filas que chegam às ruas (foto: Juarez Rodrigues / EM / DA Press)

Àvidas pelo avanço do consumo da classe média, que encontra crédito fácil no setor financeiro, muitas construtoras estão sondando moradores de bairros da Pampulha, como Santa Amélia e Santa Mônica. A intenção é levantar prédios e, dependendo do terreno, erguer galerias comerciais, como as que foram inauguradas na Rua Guarapari, no Santa Amélia,  onde  lojistas e donos de restaurantes comemoram boas vendas. Perto de lá, comerciantes de bairros do lado Norte da capital também estão em festa. O Planalto, por exemplo, é uma espécie de ilha de prosperidade. A economia na Pampulha e na Região Norte é o tema da penúltima reportagem da série “Fora do eixo”, que o Estado de Minas publica desde sexta-feira.

 

Graciete Feigueiredo, de 64 anos, perdeu a conta de quantas vezes foi sondada por construtoras, ávidas por comprar o imóvel da família dela, na Rua Guarapari, considerada a joia do comércio do Bairro Santa Amélia. O avanço da chamada nova classe média mudou a paisagem em várias regiões de Belo Horizonte e, na Pampulha, a Guarapari é um dos melhores exemplos de como a parceria entre o comércio e os serviços garante boas estatísticas à economia da capital mineira, como a baixa taxa de desemprego – 4,2% em fevereiro, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

As investidas de construtoras em residências da Guarapari é reforçada pelo surgimento de várias galerias comerciais no corredor viário. O mesmo ocorre em outras áreas da Pampulha, como na Érico Veríssimo, no bairro vizinho, Santa Mônica. Essa última ainda despertou a cobiça de grandes redes do varejo e de instituições financeiras. Nela, por exemplo, estão os supermercados EPA e BH e os bancos Bradesco e Itaú. “Daqui a alguns anos não haverá mais casas nessas ruas”, prevê Graciete, acrescentando que o vizinho em frente vendeu a moradia.

A antiga casa, que ocupa um terreno grande na esquina da Guarapari com a Olindo Ferreira, foi jogada ao chão para dar lugar a um centro comercial. “A obra começou há cerca de sete meses”, recorda Wanderley da Silva Pereira, de 23, que trabalha na construção civil. Ele foi contratado para reformar uma loja na Guarapari. O endereço fica próximo ao restaurante Casarão de Minas, onde Alceu de Almeida, de 60, trabalha como gerente.

Ele conta que o estabelecimento, que emprega 45 pessoas, comprou a residência ao lado e a transformou no estacionamento do empreendimento. “Na década de 1990, a Guarapari era lotada de casas. Agora é quase tudo comércio. Surgiram muitas galerias e bares”, conta. O dono do restaurante em que ele trabalha tem mais uma casa comercial na avenida, a pizzaria e churrascaria Quiosque Beer. “À noite, principalmente, os bares e restaurantes da avenida ficam cheios de clientes. É uma festa, de tanta gente que há”, acrescenta Alceu.

No Santa Mônica, empresas de pequeno e médio portes também lucram com o vai-vém de pedestres nas vias. Nos fins de semana, por exemplo, as operadoras de caixas de alguns sacolões precisam ser ágeis para evitar longas filas. Por sua vez, em alguns açougues, a experiência dos profissionais que atendem o público não é suficiente para evitar o acúmulo de clientes. A justificativa é o aumento da clientela.

CASTELO  O comércio também vai de vento em popa no Castelo, bairro que começou a ser povoado, com intensidade, na década passada. A área, hoje ocupada por dezenas de prédios, foi beneficiada com a ligação da principal avenida do bairro, a Presidente Tancredo Neves, à Pedro II, já na Região Noroeste. A obra viária facilitou o deslocamento dos moradores do Castelo e adjacências, que antes precisavam dar uma volta de quase três quilômetros para chegar à Pedro II.

A maior parte das margens do novo corredor, com pistas largas, foi ocupada por empresas, como a Peixaria Peixe Vivo Castelo, administrada por Augusto Moraes de Souza. Ele está à frente do empreendimento há três meses. “Meu lucro cresceu 100% entre o primeiro e o terceiro mês, encerrando o período de comparação em fevereiro último. Ou seja, não estou nem contabilizando as vendas na quaresma, que foram excelentes”, diz o rapaz, que não está preocupado com a presença de grandes supermercados na região.

“Não são meus concorrentes, pois não vendem uma mercadoria fresca como eu faço”, justifica Augusto. Sua estratégia foi montar tanques para que parte dos peixes seja comercializada ainda viva. A peixaria fica a menos de 30 metros da Eletro Hidráulica Moura, do comerciante José Geraldo Vargas Moura. Ele ressalta que a ligação da Tancredo Neves à Pedro II melhorou o trânsito na região e, consequentemente, beneficiou seu estabelecimento, aberto há sete anos: “O passeio também foi alargado. Minhas vendas subiram, em média, 15%”.

 

Dinheiro gira, comércio aplaude

 

A chegada de bancos como Bradesco, HSBC, Caixa, Itaú e Banco do Brasil (BB) está movimentando a economia dos principais bairros da Região Norte de Belo Horizonte, uma área que conta com 7.353 empresas, o menor número registrado entre as regionais da capital mineira, com 210,5 mil habitantes. Nos últimos seis anos, além de uma agência do Banco do Brasil, o Planalto, considerado a “Savassi” da área, que reúne 44 bairros, recebeu agências do Bradesco, HSBC e Caixa. O Guarani, que também tem uma área de comércio em crescimento, ganhou agências do Bradesco e Itaú e aguarda para agosto a chegada do BB.

A concentração de instituições financeiras fez as vendas do comércio do Planalto triplicarem nos últimos seis anos. No Guarani, o volume de dinheiro movimentado no comércio praticamente dobrou no período. A informação é de empresários locais. “O comércio literalmente triplicou nesses seis anos”, garante Arnaldo Lommez, proprietário da Optica Visage, instalada na principal avenida do Planalto. De acordo com ele, a área onde as agências bancárias foram instaladas é a mais plana do bairro, onde já havia uma vocação para o comércio. “Primeiro era só o BB. Depois, em seguida, HSBC, Bradesco e Caixa”, lembra.

O Bairro Planalto é praticamente uma ilha de prosperidade em meio a outros bairros da Região Norte de BH, onde o comércio ainda se restringe a pequenos negócios de roupas, telefonia celular, bares e supermercados. “Estamos no meio de dois corredores principais, as avenidas Cristiano Machado e Pedro I. Por isso, recebemos hotéis e prédios de luxo, temos um hipermercado (Wall Mart), lojas de roupas femininas e masculinas, quatro academias de grande porte. Não perdemos em nada para locais como Buritis e Gutierrez”, garante Lommez.

O Guarani segue o mesmo caminho. Edmilson Tadeu Silveira Carneiro é proprietário da Drogalina, instalada na Rua Waldomiro Lobo, a principal do bairro. “O comércio praticamente dobrou nessa região por causa da vinda dos bancos”, afirma. Com isso, o número de pessoas empregadas no comércio que saem da própria região aumentou. “A chegada das agências bancárias e dos Correios tem a ver com essa melhoria nos negócios. Por isso, o dinheiro está girando mais aqui dentro”, sustenta.

Fábio Vieira Attie é franqueado das lojas O Boticário na Região Norte de BH e tem duas lojas no Planalto e uma no Guarani. “O ritmo de vendas tem crescido 20% ao ano. As lojas de rua continuam a crescer, mesmo com a concorrência dos shoppings”, afirma. (PHL e ZF)


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