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Maria do Rosário

Deputada federal (PT-RS) e ex-ministra da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República

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Patrimonialismo e autoritarismo: uma mentira chamada governo Bolsonaro

Vivemos um dos momentos políticos mais críticos do Brasil desde redemocratização. Em oito meses de governo Bolsonaro, o Brasil já passou por inúmeras crises nacionais e internacionais

(Foto: ADRIANO MACHADO - REUTERS)
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Vivemos um dos momentos políticos mais críticos do Brasil desde redemocratização. Em oito meses de governo Bolsonaro, o Brasil já passou por inúmeras crises nacionais e internacionais. Os jornais estrangeiros noticiam a tragédia em charges e manchetes que estampam absurdos diários do atual mandatário da nação. Não é a toa que o "Fora Bolsonaro" já pulula no vocabulário popular.

A convergência entre o público e o privado já é uma marca deste governo. Familiares beneficiados com cargos públicos, mandando e desmandando na Presidência da República, e a possível alteração da estrutura do Estado para desenrascá-los é uma afronta ao Estado brasileiro. Que o atual ocupante do planalto não tem apreço à democracia, ou respeito ao cargo que ocupa, infelizmente não é novidade. Como poderia ter respeito pela cadeira presidencial, inspirando-se em ditadores, torturadores e assassinos?

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Mas a cada dia que passa, Bolsonaro cava mais fundo no poço da intolerância em que foi eleito, e passou a desrespeitar antigas tradições democráticas, como a escolha de reitores para Universidades Federais. Em sua última decisão nomeou para o cargo de reitor da Universidade Federal do Ceará, o menos votado em consulta pública. Um profundo desrespeito à democracia e a autonomia das Universidades Federais no Brasil. 

Tudo isto em nome do fim da ideologia dos “vermelhos”, como a cúpula do governo gosta de rotular qualquer progressista. Com estas medidas Bolsonaro parece tentar reeditar o chamado “Plano Cohen”, que desmascarava uma suposta conspiração comunista para derrubar Getúlio Vargas, mas que a bem da verdade foi arquitetado pelo Capitão Olímpio Mourão Filho, chefe do estado-maior da milícia da Ação Integralista Brasileira, inspirada no fascismo italiano, e que culminou com a implantação do regime do Estado Novo. 

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A verdade é que os governos de Lula e Dilma sempre respeitaram a autonomia das categorias, e pensando na manutenção desta boa prática, protocolei no início do ano o Projeto de Lei 255/2019, que extingue a lista tríplice na escolha de reitor e vice, fazendo com que a eleição para a reitoria seja uni nominal. A ideia é evitar arroubos autocráticos e garantir que reitores e vice-reitores de universidades e outros estabelecimentos de ensino superior sejam eleitos pela comunidade acadêmica. 

A extinção das boas práticas políticas é mais um vestígio do verdadeiro aparelhamento ideológico no Brasil. Ao promover estas mudanças, Bolsonaro se serve do Estado para manter seu projeto de poder estabilizado, dando condições para que sua equipe coloque em prática o projeto ultraliberal cobrado pelo capital financeiro internacional, iniciado com a aprovação da 

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Emenda Constitucional N° 95, que congelou investimentos sociais durante os próximos vinte anos. A reforma da previdência e as agendas de privatizações anunciadas nesta semana, dão o tom dos quereres do mercado financeiro para o próximo período. 

Uma prova de que é difícil compatibilizar democracia e capitalismo.

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