Economia

Brasil deve investir mais em software, diz estudo da ONU

Em 2011, país gastou US$ 104 bilhões em tecnologia da informação

GENEBRA – O Brasil gastou no ano passado US$ 104 bilhões em tecnologias da informação e comunicação (TIC) — o equivalente à 0,7% do Produto Interno Bruto (PIB), revela um estudo da Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento (Unctad), em Genebra. Porém, deste montante, um percentual pequeno (12%) em relação à outros países emergentes foi justamente para o segmento que a ONU considera potencialmente mais promissor: softwares e serviços.

Índia, China e Rússia, ou mesmo até os vizinhos Chile e Venezuela, saem na frente nesta área. Entre 2008 e 2011, por exemplo, os investimentos de private equity no Brasil em projetos de softwares e serviços — isto é, fundos que compram participações minoritárias em empresas que têm potencial, mas não têm recursos para se desenvolver — foram de US$ 54 milhões para 10 projetos.

Enquanto isso, a Índia chegou a US$ 1,6 bilhões em 83 projetos e a China, a US$ 916 milhões em 79 projetos. Dos Brics (Brasil, Rússia, Índia e África do Sul), o Brasil só não ficou atrás da África do Sul, que conseguiram apenas US$ 30 milhões em investimentos para 6 projetos.

Por outro lado, o Brasil é um dos cinco países emergentes que mais recebeu investimentos diretos estrangeiros por número de projetos: 200 projetos, contra 541 na Índia, 422 na China, 255 em Cingapura e 172 nos Emirados Árabes Unidos.

Mas é a China que a Unctad destaca como o caso mais impressionante na área de softwares: a produção no país cresceu de US$ 7 bilhões em 2000 para US$ 285 bilhões em 2011. E 90% dos softwares e aplicativos são produzidos para o consumo doméstico.

— Está claro que o segmento da indústria de sofware está expandindo a velocidades muito rápidas – diz a Unctad.