Emprego nos EUA mudará rumo Fed e mais 4 eventos que marcarão a próxima semana

Veja o que de principal ocorrerá no mercado nos próximos dias e como os investidores devem reagir

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – Nestes últimos cinco dias, o Ibovespa subiu 5%, fazendo a sua primeira semana de alta expressiva em 10. Se esta recuperação irá se consolidar como um ponto de inflexão na Bovespa, o investidor só terá como saber caso fique bem atento aos indicadores que serão divulgados nos próximos dias. E são muitos. Da atividade econômica da China ao emprego nos Estados Unidos passando pela inflação no Brasil, o mercado tem grandes motivos para ganhar volatilidade. 

Logo na segunda-feira (1), os investidores acordarão com três PMIs (Índices Gerentes de Compras) da China fazendo preço nas bolsas asiáticas: indústria da Caixin/Markit e da NBS e serviços, também da NBS. Segundo o economista da Infinity Asset, Jason Vieira, o Japão acalmou o mercado da região com a redução das suas taxas de juros para o terreno negativo, mas sempre é preciso lembrar que o que começou toda a volatilidade da Bolsa este ano foram justamente dados da atividade chinesa. Ou seja, é bom ficar atento, porque números abaixo do esperado podem derrubar as bolsas. 

Saindo da Ásia e voltando ao nosso próprio quintal, o Brasil terá a divulgação da Produção Industrial de dezembro e do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de janeiro. Para Vieira, os dois números são importantes, mas amplamente esperados, então continua mais importante ficar atento para as próximas sinalizações do ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, que, segundo ele, está pouco a pouco mostrando um retorno à política econômica do primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff, como ficou claro pelo anúncio de um pacote de crédito de R$ 83 bilhões. “Para mim, foi mais do mesmo, porque eles querem repetir a fórmula do [ex-ministro da Fazenda, Guido] Mantega. Só que naquela época a gente tinha produção para suportar isso”, diz ele, avaliando que o novo discurso do ministro é bastante perigoso tendo em vista o forte déficit fiscal e a recessão econômica pela qual passa o Brasil. 

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Contudo, o evento mais importante fica mesmo quase no fim da semana e é o relatório de emprego dos Estados Unidos. O dado será essencial para saber quais serão os passos do Fomc (Federal Open Market Committee) em termos de política monetária. Depois da última reunião, que fez as bolsas caírem por conta do comitê ter deixado em aberto a possibilidade de elevar os juros em março, os investidores terão as expectativas em alta para qualquer dado econômico norte-americano. Para o economista da Infinity Asset, a estimativa do mercado sendo de que a economia estadunidense tenha criado 190 mil novas vagas em janeiro, qualquer número mais próximo ao resultado de dezembro, que foi a criação de 292 mil vagas, fará com que o Federal Reserve aumente as taxas de juros do país. 

A seguir, os destaques da agenda econômica semanal:

IPCA (Brasil)
Saindo às 9h, o dado de inflação oficial medido pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) deve ter um avanço de 1,19% em janeiro, segundo a mediana das expectativas dos economistas pesquisados pela LCA Consultores. No período imediatamente anterior, o avanço foi de 0,96%.

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PMIs (China)
A lista de indicadores importantes na semana que vem traz o Purchasing Managers Index da indústria e de serviços da China, medidos pela Caixin/Markit e também pela agência estatal NBS. Os dados de janeiro serão apresentados no domingo, às 23
h00. Em dezembro, o PMI da indústria ficou em 48,2 pontos e o de serviços bateu 54,4 pontos. Vale lembrar que resultados superiores a 50 pontos indicam aceleração, ao passo que números mais baixo refletem contração.

Relatório de Emprego (EUA) 
Principal indicador observado pelo Fed antes de subir os juros nos EUA, o relatório deve registrar uma criação de 190 mil vagas de acordo com a expectativa mediana do mercado. Apenas números bem acima disso serão suficientes para que a autoridade monetária se sinta confortável para elevar os juros na reunião de março. Ainda vale a pena olhar para os ganhos por hora trabalhada, que devem ter um novo avanço de 0,3% e para a taxa de desemprego, que economistas projetam que se mantenha em 5%. O indicador será divulgado às 11h30 da sexta-feira (5).  

Estoques de petróleo (EUA)
Principal driver do mercado nos últimos tempos, os estoques saem às 13h30 da quarta-feira. Para Jason Vieira, o dado é importante, mas o que o mercado ficará de olho mesmo é nas conversas entre a Rússia e a Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) para um possível corte na produção da commodity. A chance do acordo sair vem da Arábia Saudita, que perdeu parte da parceria que tinha com os EUA graças às revelações de que parte do financiamento ao terrorismo internacional vem de famílias ricas sauditas, e também com o aumento da produção de gás do xisto norte-americano, tornando a maior economia do mundo menos dependente do petróleo saudita. A única incógnita fica com o Irã, que pode aproveitar a situação para continuar aumentando a sua produção aproveitando-se do levantamento das sanções internacionais após o acordo nuclear atingido com as potências ocidentais. 

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