Interview with Quita Miguel

Published 2015-12-23.
O que a inspira a sair da cama todos os dias?
A vida. Um passeio à beira mar, o ronronar de um gato, a paz do silêncio, o brilho de um olhar.. e claro, a escrita.
Quando não está a escrever, como ocupa o seu tempo?
Bem, a maior parte do meu tempo é passado no emprego, que atualmente nada tem a ver com a escrita. Espero em breve poder alterar essa realidade e dedicar um período maior a uma das atividades que mais me preenche: escrever. Para além disso, sempre que posso jogo ténis, usufruo da natureza, medito, faço yoga.
Como escolhe os livros que lê?
Escolho-os pelo autor e/ou pelo tema.
Lembra-se da primeira história que escreveu?
Sim. Foi uma história infantil que ainda não está publicada e que conta a aventura de uma estrela. Se encontrar quem faça as ilustrações, quem sabe não a publicarei em breve.
Qual é o seu processo de escrita?
Confesso que sou muito desorganizada e que escrevo muitas histórias ao mesmo tempo. Talvez seja o reflexo de também ler vários livros em simultâneo. Sempre foi assim.
Os contos, regra geral, partem de uma ideia que me é fornecida por alguém, por exemplo, para um concurso ou uma coletânea. O «Sonho Esventrado», teve por base o tema: Eu tenho um sonho.
Partindo dessa ideia que me é dada, começo a imaginar uma história e deixo que as palavras me guiem.
Se for algo mais longo como um romance, o processo já é ligeiramente diferente, porém, regra geral, nunca parto com uma estrutura fechada. Permito sempre que o escrever me encaminhe para o final e, por vezes, o que imaginara à partida como conteúdo genérico do livro é bastante diferente do resultado final.
Lembra-se da primeira história que leu e do impacto que teve sobre si?
Não. Não tenho a mínima ideia. Sou uma pessoa com muito poucas memórias da infância, talvez porque não me agarre ao passado.
Como aborda o design da capa?
Procuro uma imagem que possa traduzir a ideia central do livro. Tem de ser uma imagem que me agrade porque sou uma pessoa com uma memória muito visual.
Quais são os seus cinco livros favoritos, e porquê?
1º «O Silêncio das lágrimas» de Fauziya Kassindja. O facto de ainda hoje existirem locais onde uma mulher possa ser vítima da mutilação genital faz-nos pensar no longo percurso que necessitamos palmilhar para que «respeito» seja mais do que uma mera palavra.
2º «O Cavaleiro de Bronze» de Paulina Simons. Através de uma escrita magistral a autora revela-nos o que é o amor incondicional numa época em que seria fácil esquecê-lo.
3º «Pássaros Feridos» de Colleen McCullough. É um romance que nos prende do princípio ao fim através de personagens sofridos, que odiamos, mas compreendemos, cuja vida se desenrola no cenário rude e fascinante da Austrália.
4º «A Ti Professor Eu Acuso» de Nelson Mendes. Sempre fui boa aluna, nunca repeti um ano, mas nunca gostei de estudar. Ainda hoje não entendo porque tive de decorar tantas coisas que de nada me serviram, numa altura que se dava primazia ao decorar em vez de compreender. Este livro espelha muita da minha revolta.
5º «O Código Da Vinci» de Dan Brown. É um livro que nos vai surpreendendo a cada capítulo. É praticamente impossível parar de ler.
O que você lê por prazer?
Romances, histórias policiais, contos juvenis.
Qual o seu dispositivo de leitura preferido?
Depende do local. Se estou em casa, nada substitui o papel, o prazer de virar cada página: é mágico. Quando viajo, pelo contrário, opto pelo smartphone. Isto possibilita-me ter a certeza de que tenho sempre algo para ler.
Descreva a sua mesa.
Não tenho uma mesa de trabalho, ou melhor, a minha mesa é o meu computador. Sou incapaz de escrever em papel e com o portátil posso escrever em qualquer lugar.
Onde é que cresceu, e como é que isso influenciou a sua escrita?
Cresci na zona da grande Lisboa e o local em pouco terá influenciado a minha escrita. Já a forma como fui criada fez com que desde muito cedo tivesse de inventar histórias e personagens. É que como filha única, a maior parte das vezes, era eu a brincar comigo mesma.
Quando começou a escrever?
Com alguma regularidade e com determinação comecei talvez há uns oito anos. Sabe que sou uma pessoa sem nenhuma noção de tempo? É bem verdade, mas deve ter sido por aí.
Qual é a história por trás de seu livro mais recente?
O último conto que escrevi centra-se na história de um incendiário cuja vida foi conduzida pelo seu vício.
O que a motivou a tornar-se uma autora independente?
Quando escrevo faço-o, em primeiro lugar, para mim, para responder à necessidade de dar luz às histórias que se vão acumulando na minha mente. Mas, claro, que desejo partilhá-las com alguém e isso torna-se muito difícil através dos canais habituais de publicação, quando o nosso nome ainda não é um dos que ocupa o lugar na montra. Com toda a evolução tecnológica que a última década tem evidenciado, a realidade da publicação literária está a mudar, abrindo novas vias que permitem ao próprio autor colocar junto do publico livros que de outro modo teriam um parto bastante mais demorado.
Como é que Smashwords contribuiu para o seu sucesso?
A Smashwords dá ao autor os meios, cabe a este trabalhar o conteúdo.
Que prazer retira de escrita?
O meu maior prazer é começar e terminar um livro. O meio é trabalho árduo, mas sempre realizado com uma imensa alegria, ainda que a história possa ser triste.
O que os seus fãs significam para si?
Quando recebemos uma palavra de apreço, o preenchimento é tal que nos reforça a certeza de estarmos no caminho certo.
Em que é que está a trabalhar de momento?
Num romance juvenil, uma área de escrita que me dá muito prazer. Aliás, o primeiro livro que publiquei foi «Pascoal – Ousar Vencer» um romance para jovens que integrou a coleção Campeões da Editorial Estampa e que aborda o tema da adoção.
Quem são os seus autores favoritos?
Vejamos: um autor que me cativa não só pela forma como escreve, mas também pelo mistério que nos captura do princípio ao fim é Giorgio Faletti. Sou também uma grande fã de Miguel Sousa Tavares e de Jorge Amado.
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