PUBLICAÇÃO | Linha Viva nº 1393

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No 1393 - 08 de fevereiro de 2018

UM PRÊMIO dos celesquianos

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) divulgou os vencedores do prêmio Índice Aneel de Satisfação do Consumidor (IASC), que mede a qualidade do serviço prestado à sociedade pelas distribuidoras de energia elétrica do país. Medido através de pesquisa com os próprios consumidores, o prêmio traz duas empresas públicas nas primeiras colocações. A estatal paranaense Copel é a primeira colocada. A Celesc a segunda. O prêmio da Aneel é importante porque é reflexo daquilo que a sociedade enxerga. E a sociedade vê claramente que as empresas públicas atendem com mais qualidade do que as privadas. Para os sindicatos da Intercel, a premiação é um reconhecimento ao trabalho dos celesquianos. Afinal de contas, é o comprometimento diário dos eletricitários catarinenses que constrói a Celesc Pública. É isso que a mantém. A legislação catarinense diz que quem tentar privatizar a Celesc terá que, primeiro, convencer a população a aceitar. Patrimônio dos catarinenses, a Celesc só pode ser privatizada se um plebiscito popular permitir.

"Ao dar à Celesc pontuação muito superior à média nacional, o povo catarinense já se posiciona contra a privatização da empresa"

Pois o prêmio IASC já é um plebiscito. Ao dar à Celesc pontuação muito superior à média nacional, o povo catarinense já se posiciona contra a privatização da empresa. A Celesc é pública, de todos os catarinenses. Que este prêmio ecoe junto aos candidatos ao Governo do Estado. E que eles também defendam nosso lema: CELESC PÚBLICA, BOM PARA TODO MUNDO!

AGE NA ELETROSUL

AMEAÇA À PLR

Trabalhadores fazem novo protesto na reabertura da Assembleia Geral de Acionistas

Distribuição de Resultados na mira do Tribunal de Contas da União


TRIBUNA LIVRE NA CONTRAMÃO GANHANDO POR LEANDRO NUNES DA SILVA PRÊMIOS A Celesc é a segunda melhor Distribuidora de Energia Elétrica do Brasil na avaliação dos consumidores. A divulgação do prêmio IASC (Índice Aneel de Satisfação do Consumidor) apontou aquilo que sempre defendemos: a qualidade do serviço prestado à sociedade por uma empresa pública é muito maior do que o de uma empresa privada. Vários são os motivos para isso, mas é preciso focar no maior deles: o trabalhador. Se a Celesc voltou à rotina de prêmios, é porque o celesquiano tem superado adversidades para fazer cumprir o papel primordial da empresa Pública: atender a população catarinense com qualidade, levando energia e desenvolvendo Santa Catarina há mais de 60 anos. Em maio do ano passado, tivemos a oportunidade de debater com o órgão regulador particularidades do contrato de concessão da Celesc, durante o 10º Congresso dos Empregados da Celesc. Ouvimos do representante da Aneel que, para eles, tanto faz se a empresa é pública ou privada: o importante é bater as metas, é ser eficiente. E esse é o problema. Em um setor elétrico arruinado pela privataria, o conceito de eficiência é um conceito financeiro. A própria Agência reguladora foi criada com o intuito de vender todo o setor e daí segue a visão distorcida de eficiência. Enquanto para a Aneel o modelo a ser seguido é aquele que pouco se importa com a sociedade e que espreme o sangue dos trabalhadores com níveis absurdos de terceirização, a Celesc demonstra que é possível estar no topo da qualidade indo na contramão. É óbvio que ir na contramão também não é fácil. Tudo que os trabalhadores da Celesc tem foi conquistado à duras penas, com muita luta, com mobilizações e greves. Mas o trabalhador da Celesc é tão responsável com a sociedade que até isso ele consegue equilibrar. Junto a sindicatos combativos, defende seus direitos, luta pela empresa pública e não deixa o povo na mão. Não é qualquer trabalhador que mesmo fazendo 10 dias de greve é elogiado pelo Ministério Público. Não. É só o trabalhador celesquiano. O prêmio IASC traça um panorama expressivo do setor elétrico e daquilo que a sociedade realmente deseja das distribuidoras de energia. Não é por acaso que junto à Celesc uma outra empresa pública ocupe o topo do pódio. A Copel, estatal paranaense foi a primeira colocada no prêmio IASC, com os mesmos desafios e mesmos méritos da Celesc. Empresas estatais, com responsabilidade social, que atendem a sociedade com excelência e, mesmo assim, mesmo premiadas, na mira da privatização. Atuam no Brasil 64 empresas de distribuição de energia, sendo 59 privadas. Apenas 5 distribuidoras restaram como patrimônio público. E duas delas são as melhores do Brasil. Mesmo assim vivemos um momento onde a ameaça de privatização deixou de ser uma remota possibilidade. É absurdo pensar que a Eletrobras, maior empresa de energia elétrica da América Latina - e acionista da Celesc - esteja na mira da privatização. Esse é um fato importante demais. É preciso lembrar que a luta dos trabalhadores tem que ser uma luta unificada. Os celesquianos tem um longo histórico de batalhas ao lado dos sindicatos da Intercel. Já passamos, também, por lutas conjuntas importantes, como as manifestações do Movimento Unificado Contra as Privatizações (MUCAP), na década de 90. Nesta época eu ainda não estava na Celesc, mas tiveram trabalhadores e sindicalistas que lutaram pela nossa empresa. Que fizeram o mesmo trabalho que hoje nós fazemos. Eles lutaram na contramão de tudo. Por isso, o prêmio que a Celesc ganhou é um prêmio para todos os trabalhadores que estão, que estiveram e que ainda estarão nesta empresa. E, no final de tudo, o prêmio maior quem ganha é a sociedade: uma empresa pública de qualidade! Leandro Nunes da Silva é Representante dos Empregados no Conselho de Administração da Celesc

Linha Viva é uma publicação da Intercel Jornalista responsável: Paulo G. Horn (MTE 3489/SC) Conselho Editorial: Amilca Colombo Rua Max Colin, 2368, Joinville, SC | CEP 89216-000 | E-mail: sindsc@terra.com.br As matérias assinadas não correspondem, necessariamente, à opinião do jornal.

ELETROSUL

AGE APROVA ALTERAÇÕES DE ESTATUTO Trabalhadores das Eletrosul fazem novo protesto na reabertura da Assembleia Geral de Acionistas Com suas decisões podendo ainda serem sustadas por medida judicial, foi retomada no dia 31 uma assembleia de acionistas que sorrateiramente, e a despeito dos interesses da sociedade, decidiu mudar o estatuto da Eletrosul para privatizar ou permitir a liquidação da empresa pública que serve aos brasileiros. Um interdito proibitório expedido pela Justiça para impedir que qualquer dirigente sindical pudesse se aproximar do local da reunião dos acionistas. Uma tocaia de viaturas da polícia militar nas mediações do prédio pronta a agir de surpresa, com provável voz de prisão orquestrada junto à Diretoria da Empresa, caso houvesse a entrada e aproximação de algum dirigente sindical da sala da reunião. Um empregado da alta administração da Eletrosul estacado ao lado das catracas vigiando o movimento dos que se manifestavam pacificamente a favor do Brasil, pronto a dar o primeiro aviso sobre a entrada de algum “intruso” à alta administração. A votação unânime dos acionistas minoritários contra a mudança do estatuto, enquanto o único acionista majoritário votava a favor da liquidação da Eletrosul, numa tentativa de derradeiro golpe à esperança. No dia 31 de janeiro de 2018, em vigília cultural, dirigentes dos Sindicatos da Intersul, Intercel, com apoio de integrantes de movimentos sociais e alguns trabalhadores e trabalhadoras da Eletrosul deram nova demonstração de coragem na luta contra a privatização da empresa, sobreposta a qualquer medo, desesperança, ou desilusão, a qualquer dócil e bem comportada caminhada para o precipício. Um processo histórico, e suas vitórias ou derrotas, são construídas ao longo do tempo, sempre suficiente para despertar a consciência dos envolvidos e fazer com que levantem a cabeça para o que importa. No dia 31 de janeiro, como já havia ocorrido no dia 19 de janeiro, os que levantaram a cabeça deixaram a esperança dar novas mostras de como vencer o medo. E sabem disso melhor do que pela simples leitura da história. Sabem também que não foram derrotados, como uma minoria quer acreditar, pois foi uma vitória da moral e da ética, daqueles que acreditam, acima de tudo, no interesse comum sobreposto aos interesses particulares ou individuais. A luta não terminou no dia 31 de janeiro, ela apenas reacendeu como centelha que nunca apaga. A Eletrosul não foi privatizada, mas o processo de privatização e seus golpes sorrateiros ao longo do trajeto só poderão ser vencidos com a luta participativa de todos os trabalhadores e trabalhadoras. Só assim nenhuma ação policial tocaiada, nenhuma conduta alcaguete, nenhuma catraca sem vida poderá impedir nossa vitória, pois os traidores do povo estarão intimidados pelas vozes unidas, pela justiça por trás dessas vozes, pelas famílias por trás dessas vozes, por milhões de brasileiros por trás dessas vozes. Os trilhos para qualquer esperança passam agora pela união, não há outra estação. A confiança reacendida nas vitórias dos dias 19 e 31 de janeiro manterá os trabalhadores firmes na luta, energizados pelo espírito guerreiro, e genuinamente brasileiro do maracatu, que preencheu todos os recintos da Sede da Eletrosul com o ritmo ancestral de seus tambores e de sua energia intensa e necessária. A luta sempre continua!

ELETROSUL

ELETROBRAS

AMEAÇA À PLR DOS TRABALHADORES CNE FAZ ENTREGA DE PAUTA Distribuição de Resultados na mira do TCU

Negociação do Acordo Coletivo deve se iniciar ainda em fevereiro

O governo ilegítimo de Michel Temer Considerando a campanha infame do aponta cada vez mais canhões contra as governo pela privatização das Estatais, estatais. Após atacar os planos de saú- baseada na mentira de que elas dão de via Ministério do Planejamento, que prejuízo e sugam recursos de outras pela Res.23/18 impõe teto ao custeio áreas, fica clara a intenção do governo dos planos, limita a de atacar mais este coparticipação da em"Não duvide-se de que direito legítimo dos presa em 50% (hoje trabalhadores, conna Eletrosul é 80%) e nas próximas semanas, quistado após muita se aproximando o determina a implantaluta. Não duvide-se ção de cobrança de período de pagamento de que nas próximas mensalidades, agora da PLR, a empresa de semanas, se aproxié a PLR que está na mando o período de mídia contratada por mira. O TCU determipagamento da PLR, nou que a SEST (ex- Pinto Jr a peso de ouro a empresa de mídia -DEST) apresente "a e sem licitação comece contratada por Pinto relação das empresas Jr a peso de ouro e campanha contra nós" sem licitação comeestatais federais que utilizam programas de ce campanha contra distribuição de resultados aos dirigentes nós, tentando criminalizar o recebie aos quadros funcionais, com os corres- mento. pondentes montantes envolvidos nesses Quem ainda não se deu conta de que programas; a sua fundamentação legal; o objetivo deste desgoverno é destruir e a situação de dependência de cada as empresas públicas e acabar com estatal em relação ao Tesouro Nacional, todos os direitos dos trabalhadores, nos últimos cinco anos. A partir dos da- precisa acordar. Somente com mobidos levantados será elaborada análise lização e participação conseguiremos sobre os reflexos nas contas públicas." nos defender.

Dirigentes dos Sindicatos que com- lideranças sindicais pretendem discutir põem o CNE, de vários Estados do com a direção da empresa a avaliação País, estiveram em Brasilia-DF na tar- de parâmetros funcionais e técnicos, de desta terça-feira (6), para entrega que nortearão a possível distribuição da pauta de reivindicações nacional da PLR 2017 para as empresas do gruda categoria eletricitária ao Diretor Ju- po Eletrobras. Também foi entregue ao rídico e de Gestão, Alexandre Aniz, da Diretor Aniz, ofício pedindo a prorrogaholding Eletrobras e ção do ACT vigente, representantes das "Também foi entregue cujo prazo de validademais empresas do de termina no dia 31 ao Diretor Aniz, ofício grupo. A Intersul se de abril. O objetivo fez presente na reupedindo a prorrogação é garantir todos os nião, junto aos dedireitos e benefícios do ACT vigente, cujo mais dirigentes dos garantidos no Acordo prazo de validade termina Coletivo de Trabalho CNE, que aproveitano dia 31 de abril" ram a ocasião para até o fim das negoefetuar o registro ciações. de algumas denúncias, entre elas, as Dirigentes do CNE permaneceram em demissões arbitrárias que estão acon- Brasilia nos dias 7 e 8 em contato com tecendo na empresa Amazonas Ener- parlamentares no Congresso Nacional gia, e ainda as alterações promovidas em busca de apoio na batalha contra a nas tabelas salariais reduzindo a faixa privatização. A AGE da Eletrobras, que relativa ao nível fundamental. Estes e pretende aprovar medidas para assuoutros assuntos deverão ser abordados mir as dívidas e viabilizar a venda das novamente no próximo dia 27, em Bra- Distribuidoras ocorre hoje, dia 8, em sília, data prevista para a primeira ro- Brasília. Há uma ação popular dos sindada de negociação referente ao Acor- dicatos que tenta suspender a realizado Coletivo de Trabalho. No dia 28, as ção da AGE.

CELESC

CANDIDATURAS DIVULGADAS Comissão eleitoral apresenta dois candidatos ao Conselho A Comissão Eleitoral divulgou nesta segunda-feira, dia 05, a lista de candidatos homologados para a eleição à representação dos trabalhadores no Conselho de Administração da Celesc. De acordo com a informação da comissão, inscreveram-se para o pleito Leandro Nunes da Silva, trabalhador da Agência Regional de Joinville e atual Conselheiro eleito e Edson Aquino dos Santos, trabalhador da Agência Regional de Florianópolis. Seguindo o disposto no calendário eleitoral, o prazo de impugnação de candidaturas se encerra hoje, e a divulgação final dos candidatos aptos à votação será realizada no dia 15. A partir de 23 de fevereiro até 20 de março os candidatos poderão apresentar suas propostas aos celesquianos. A representação dos empregados no Conselho de Administração é fundamental para a luta contra a privatização e contra a retirada de direitos dos trabalhadores. Participem do processo.


CULTURA

DIA NACIONAL DE LUTA

dos Povos Indígenas

Dia 7 de fevereiro foi instituído o Dia Nacional da Luta dos Povos Indígenas. A data foi escolhida em homenagem ao líder indígena Sepé Tiaraju, que lutou contra a dominação espanhola e portuguesa no Rio Grande do Sul de 1753 a 1756. Sepé Tiaraju (São Luís Gonzaga, em 1723 — São Gabriel, 7 de fevereiro de 1756) foi um guerreiro indígena Guarani que comandou a revolta dos Sete Povos das Missões contra o Tratado de Madri e enfrentou os exércitos de Portugal e Espanha, em defesa do território do povo Guarani localizado nos atuais centro e leste do Paraguai, noroeste da Argentina, sul do Brasil e norte do Uruguai. Os episódios de resistência liderados por Sepé Tiaraju inspiravam-se na guerras e revoltas de povos indígenas contra os colonizadores europeus. Entre elas temos: Confederação dos Tamoios: 1555-1567 Guerra dos Aimorés: 1555-1673 Guerra dos Potiguares: 1586-1599 Levante dos Tupinambás: 1617-1621 Confederação dos Cariris: 1686-1692 Revolta de Mandu Ladino : 1712-1719 Guerra dos Manaus: 1723-1728 Resistência Guaicuru: 1725-1744 Guerrilha dos Muras: todo o século XVIII Guerra Guaranítica: 1753-1756 O levante Guarani contra Espanhóis e Portugueses ocorreu pois os europeus haviam renegociado as fronteiras do antigo Tratado de Tordesilhas, assinado em 7 de junho de 1494, e descumprido o acordo que tinham estabelecido com os Guarani, estabelecendo o Tratado de Madri, no dia 13 de janeiro de 1750. Com o novo tratado, as terras que ficavam a oeste do Rio Uruguai, atual Rio Grande do Sul, passariam a pertencer a Portugal e os moradores ligados a Espanha deveriam se mudar para o leste do Rio. Porém, o grito de independência Guarani, se recusando a se retirar de sua terra tradicional, desencadeou novos movimentos de luta indígena e de independência em todo o mundo. Na sequência da revolta Guarani, Tupac Amaru II conduziu os indígenas nos Andes peruanos numa das maiores rebeliões anticoloniais da América no século XVIII – a chamada Grande Rebelião -, que teve lugar no Vice-reino do Rio da Prata e no Vice-reino do Peru, iniciada em 4 de novembro de 1780, com a captura e posterior execução do corregedor Antonio de Arriaga. Embora a revolta não tenha tido sucesso, Túpac Amaru II acabou por se tornar uma figura mítica, inspirando inúmeros movimentos pela independência do Peru, bem como a luta pelos direitos dos povos indígenas. Ainda, na América do Norte ocorreu a Guerra Franco-Indígena, que foi o nome dado ao conflito ocorrido entre 1754 e 1763 entre os britânicos e os franceses, nas suas colônias norte americanas. Ambos os lados possuíam, na época, povos indígenas como aliados. Os algonquinos e os hurões se aliaram com os franceses, enquanto os iroqueses se aliaram com os britânicos. Com a união entre indígenas e colonos nas guerras na América do Norte, logo surgiu o movimento de independência que gerou a Guerra Revolucionária Americana (1775–1783), que foi um conflito armado entre o Reino da Grã-Bretanha e as Treze Colônias na América do Norte, que haviam declarado sua independência como os Estados Unidos em 4 de julho de 1776. Toda esta agitação independentista gerou conflitos nos países colonizadores, culminando com a Revolução Francesa (1789-1799), e a revolta da população contra os reis absolutistas, e gerando proclamações de repúblicas independentes. Apesar da queda dos regimes absolutistas, os povos indígenas não tiveram seus direitos reconhecidos pelos republicanos independentistas, e seguiram na luta até os dias atuais. O dia 7 de fevereiro foi sancionado em 2008 como Dia Nacional de Luta dos Povos Indígenas pela LEI Nº 11.696, DE 12 DE JUNHO DE 2008.


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