Fatos e números: uma visão da ação humanitária do CICV na Colômbia

22 setembro 2015

Em 2015, a intensidade das hostilidades não foi tão marcada como nos anos anteriores. No entanto, a população continua precisando de ajuda, em especial durante os surtos de violência que ainda afetam o país.

Visita de um técnico do CICV realizada em janeiro a um projeto produtivo em Guaviare. Foto: CC BY-NC-ND/CICV/Wbeimar Cardona

Durante a primeira metade de 2015, o trabalho da delegação manteve o foco na situação das pessoas desaparecidas e nas condições de vida das comunidades afetadas pelas ações armadas. No que resta do ano, o CICV chama a atenção para a situação das pessoas detidas (visite a campanha Humanos dentro e fora, em espanhol) e o sofrimento de milhares de colombianos que continuam vivendo no meio da violência armada. Essas são algumas das ações do CICV entre janeiro e junho:

Viver sem liberdade, mas com dignidade

Na Colômbia há mais de 121 mil pessoas em centros de detenção, que só têm capacidade para cerca de 78 mil presos. O nível de superlotação (que chega aos 55%) é apenas um dos tantos problemas que essa população enfrenta no país. Por isso:

• Monitoramos a situação de mais de 70 mil presos.

• Em 38 ocasiões, o CICV fez recomendações confidenciais às autoridades para melhorar a situação dos presos.

• 13 pessoas que estavam em poder de grupos armados foram liberadas por intermediação do CICV.

Desaparecidos, um drama que continua aumentando

No relatório sobre a situação humanitária de 2014 realizado pelo CICV, informa-se que mais de 72 mil pessoas continuavam desaparecidas. É como se tivesse desaparecido quase toda a população da ilha de San Andrés. Por causa da magnitude do problema, o CICV:

• Indagou pela situação de 118 pessoas desaparecidas com os supostos responsáveis.

• Recuperou os restos mortais de 3 pessoas mortas em zonas de conflito.

• Capacitou mais de 100 funcionários encarregados da questão dos desaparecimentos sobre melhores práticas para a busca, registro e identificação das pessoas desaparecidas.

 

Avanço no apoio às vítimas

 • Mais de 68 mil pessoas (cerca de 17 mil famílias) conseguiram declarar a sua condição de vítimas frente ao Estado durante as jornadas de registro apoiadas pelo CICV. Esse registro permite receber atendimento e reparação.

• 12 mil pessoas deslocadas e residentes em zonas de violência receberam alimentos e artigos de higiene para superar as emergências, ou microcréditos, capacitação e emprego para melhorar as suas condições de vida.

Por exemplo, um grupo de mulheres do departamento de Caquetá liderou um projeto do CICV de formação para o trabalho, emprego em empresas privadas e microcréditos para montar pequenos negócios.

 9 mil pessoas que vivem em zonas afetadas por artefatos explosivos aprenderam a reduzir o risco de acidentes graças a capacitações. Além disso, 110 vítimas dos resíduos explosivos de guerra e minas antipessoal receberam apoio do CICV para ter acesso a serviços do Estado e reparação.

• 6 mil pacientes com problemas de mobilidade foram atendidos em centros de reabilitação física do CICV. Desses, 1,9 mil receberam aparelhos ortopédicos.

 160 vítimas de violência sexual receberam apoio do CICV para ter acesso a assistência médica, psicológica e econômica.

Em junho desse ano, o CICV apoiou a entrega de próteses e órteses para detidos na prisão La Picota. Foto CC BY-NC-ND/CICV/Andrés Monroy Gómez

46 anos na Colômbia, 152 anos de trabalho em todo o mundo

O CICV está presente na Colômbia desde 1969 e hoje é a operação de maior envergadura na América. Está distribuída em quatro subdelegações e conta com 309 funcionários nacionais e 55 delegados internacionais.

Mais informações:

Patricia Rey, CICV, Bogotá, tel.: +57 311 491 07 89, Twitter: @PReyCICR

Édgar Alfonso, CICV, Bogotá, tel.:+57 311 491 07 75

Alexis Heeb, CICV, Genebra, tel.: +41 79 2187610, Twitter: @AHeebICRC