• Texto Marilena Dêgelo |Repórteres de imagem Juliana Fanchini, Nuria Uliana e Viviane Gonçalves
  • Texto Marilena Dêgelo |Repórteres de imagem Juliana Fanchini, Nuria Uliana e Viviane Gonçalves
Atualizado em
XX (Foto: Casa e Jardim)

Disfarçada na sala, a cômoda-bar tem desenho
inspirado em móveis antigos. Os copos e
garrafas com bebidas ficam expostos em cima
do móvel e, dentro dele, são guardados o balde
de gelo, acessórios do bar e garrafas fechadas.
(Foto: Casa e Jardim)

Um bar nada convencional
O marido queria um espaço na sala para colocar as bebidas, mas a mulher não gostava da ideia de ter um bar tradicional em casa. A solução foi criar um móvel vintage com desenho que lembra uma cômoda antiga, mas adaptado para essa finalidade. “No lugar das gavetas, pedi para o marceneiro fazer duas portas. Dentro, guardamos garrafas, balde de gelo e outros acessórios”, diz a moradora, de 30 anos. Em cima, seu marido deixa, em uma bandeja, as garrafas e os copos para servir drinques.

O desenho da cômoda, criado pela moradora, é inspirado em clássicos europeus dos séculos 18 e 19 pesquisados por ela em revistas de decoração. Com 88 cm de largura, 93 cm de altura e 51 cm de profundidade, o móvel possui pés torneados e laterais, com formato meio abaulado, de madeira maciça de caxeta. “Como a casa tem muitos elementos modernos, eu quis dar esse toque antigo, mas pedi para laquear o móvel na cor grafite. Dessa forma, não quebrei totalmente o estilo da decoração.”


XX (Foto: Casa e Jardim)

Para virar escrivaninha, a antiga penteadeira recebeu laca verde-escura. Já o banco e a poltrona ganharam tecidos de losangos e listras. (Foto: Casa e Jardim)

Penteadeira dadaísta
Garimpada em brechó pela decoradora Neza Cesar, a penteadeira antiga, de estilo clássico francês, ganhou nova roupagem. Colocada em um canto do living desta casa no Morumbi, em São Paulo, a peça laqueada de verde-escuro – tom usado em estantes de bibliotecas pelos ingleses – serve de escrivaninha para a jovem moradora. “Durante o dia, ela apoia o notebook onde trabalha e organiza as contas da casa. À noite, quando recebe os amigos, pode usá-la para deixar a bandeja com copos e bebidas”, diz Neza.

O espelho de cristal bisotado foi mantido no móvel para refletir o que está atrás da moradora. “De acordo com o feng shui, não é bom trabalhar de costas, sem ver o que acontece no ambiente”, afirma a decoradora. No restauro de peças antigas, Neza busca inspiração no dadaísmo – movimento artístico de negação da arte tradicional, que floresceu na Europa durante a Primeira Guerra. “Gosto de dar um olhar moderno ao clássico, mudando o uso, como esse movimento fazia no início do século passado.”


XX (Foto: Casa e Jardim)

O guarda-roupa antigo recebeu pintura
branca, tela de galinheiro nas portas e
quatro prateleiras de compensado de
madeira. Os puxadores de porcelana
(detalhe) foram colocados no lugar
dos buracos das antigas chaves.
(Foto: Casa e Jardim)

Roupeiro provencial
Para manter organizadas e ventiladas as roupas de cama e banho de sua casa, o antiquário Luiz Otávio Debeus, 31 anos, dono da loja Stile d.o.c., criou um armário diferente. Comprou um guarda-roupa antigo, retirou as almofadas de madeira das portas e, no lugar, instalou telas de galinheiro. A pintura grosseira branca deu à peça o charme do estilo Provence. No lugar das chaves, entraram os puxadores de porcelana em azul e branco, que combinam com as cores do quarto de hóspedes, onde o móvel foi colocado.

“Como não gosto de roupeiro fechado e nem de estante aberta, porque é difícil manter tudo no lugar, eu mesmo fiz a peça, já que tenho experiência com restauro”, diz Debeus. Dentro do guarda-roupa, havia cabides e gavetas. Tudo foi removido: o espaço interno ganhou quatro prateleiras de compensado de madeira. Nas de cima ficam as toalhas de rosto e banho, nas do meio, travesseiros, lençóis e fronhas, e embaixo, edredons. “Dá para olhar pela tela e conferir se está limpo e arrumadinho.”