10/06/2015 22h26 - Atualizado em 10/06/2015 22h38

Faltam fármacos radioativos em clínicas e hospitais de Campinas

Remédios são necessários no tratamento de doenças como o câncer.
Situação será normalizada nesta quinta-feira, afirma fabricante.

Do G1 Campinas e Região

Faltam remédios com componentes radioativos em clínicas e hospitais públicos e particulares de Campinas (SP). Os radiofármacos são necessários no tratamento de doenças como o câncer e também em alguns tipos de exames.

A clínica onde a médica nuclear Mariana Lima trabalha é uma das que sofre com a falta do medicamento. Ela conta que a diretora da instituição recebeu um email alegando que esta semana o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), responsável pela produção dos fármacos, não poderia entregar os produtos por problemas de logística e documentação.

A médica afirma que sem o remédio, o tratamento dos pacientes está comprometido. "Pode comprometer, se esse paciente apresentar alguma infecção pode deixar até uma sequela, ou agravar ainda mais o quadro", explica.

Cancela exames
No Hospital de Clínicas da Unicamp cerca de 60 exames foram cancelados esta semana. A máquina usada para localizar tumores e infecções está parada porque não funciona sem os reagentes. Na instituição faltam três fármacos: o Tecnecio 99M, Galio 67 e Iodo 131.

Segundo o diretor de medicina nuclear da Unicamp, Celso Dario Ramos, eles são usados de tumores a doenças do coração. "Também em doenças cerebrais e renais. E um deles é usado para tratar câncer, que é o Iodo 131", afirma.

Radiofármacos estão em falta em Campinas (Foto: Reprodução/ EPTV)Radiofármacos estão em falta em Campinas, SP
(Foto: Reprodução/ EPTV)

Produçãoe distribuição
No Brasil só quem pode produzir esses fármacos é o Ipen. Ele recebe verba do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e compra a matéria-prima - os insumos radioativos - do exterior, no caso no Canadá e depois distribui para hospitais públicos e privados no país.

O problema, de acordo com a diretora da Sociedade Brasileira de Mediciana Nuclear, Bárbara Amorin, é que o preço da matéria-prima subiu, o dólar aumentou e o governo acabou atrasando o pagamento para a empresa canadense. "Por uma falta de orçamento, eles [Ipen] não estão mais conseguindo manter a produção", afirma.

Por causa da falta de pagamento, a empresa canadense deixou de fornecer os insumos e o Ipen não tem mais como produzir, nem repassar os medicamentos para as clínicas brasileiras.

Regularização
O Ipen disse à EPTV, afiliada da TV Globo, que irá enviar os produtos nesta quinta-feira (11). Já o Ministério da Saúde informou que os repasses para o Ministério da Ciência e Tecnologia já estão regulares.

 

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