Cruz Vermelha/Crescente Vermelho denuncia violência contínua contra voluntários que trabalham para impedir disseminação do ebola

12 fevereiro 2015
Cruz Vermelha/Crescente Vermelho denuncia violência contínua contra voluntários que trabalham para impedir disseminação do ebola
Voluntários da Cruz Vermelha da Guiné sepultam uma vítima do ebola. Eles enterram em media dois corpos por dia durante o surto de ebola. © Federação Internacional / Moustapha Diallo

O Movimento Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho está profundamente consternado com a contínua violência perpetrada contra os seus voluntários na Guiné. Devido ao medo e à desconfiança que envolve a doença transmitida pelo vírus ebola, a equipe e os voluntários da Cruz Vermelha foram regularmente atacados por comunidades assustadas.

O incidente mais recente aconteceu no domingo, 8 de fevereiro, na cidade de Forécariah, oeste da Guiné. Dois voluntários foram espancados quando tentavam realizar um enterro seguro e digno na comunidade. Em média, foram cometidos dez ataques por mês contra voluntários da Cruz Vermelha na Guiné no último mês de julho, que foram desde violência verbal a ataques físicos.

"Os voluntários da Cruz Vermelha na Guiné trabalham dia e noite para manter as comunidades em segurança", confirmou o presidente da Cruz Vermelha de Guiné, Youssouf Traoré. "Os atos de violência cometidos contra eles é completamente inaceitável".

Qualquer ação que obstrua o trabalho das pessoas que responde a epidemia de ebola impede que comunidades inteiras recebam a ajuda que precisam. Os enterros seguros são uma parte vital da resposta para diminuir o número de casos. Quando as equipes da Cruz Vermelha não têm acesso às comunidades e garantem que os sepultamentos sejam feitos de forma segura, comunidades inteiras são postas em risco.

"Enquanto as pessoas continuarem tendo uma ideia errônea sobre como o ebola se espalha – e continuarem impedindo os voluntários de fazerem o seu trabalho – não poderemos frear a doença", afirmou Traoré. "Podemos ter o equipamento médico que precisamos para atender as pessoas, mas até conseguir mudar a percepção que as pessoas têm da doença, ela não desaparecerá".

Desde o início do surto da doença, em março de 2014, a Cruz Vermelha da Guiné está envolvida ativamente em dissipar os rumores e os mitos sobre a doença. Usando diversos canais de comunicação, foi possível chegar a mais de um milhão de pessoas. Em consulta com as comunidades, líderes religiosos, famílias e pessoas, a Cruz Vermelha ajudou a encontrar formas alternativas e dignas para as famílias, amigos e comunidade para fazer uma homenagem aos mortos ao mesmo tempo em que reduz o risco de infecção. Ao trabalhar com os voluntários e usar o rádio e a televisão, a Cruz Vermelha compartilhou conhecimento, trabalhou o medo e reduziu o estigma.

"O envolvimento com a comunidade continua crucial se quisermos reduzir os casos a zero", contou Traoré. "As comunidades devem entender os riscos relacionados a essa doença e a contribuição positiva que os voluntários da Cruz Vermelha podem trazer para as sua segurança".

A Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho, a Cruz Vermelha da Guiné e o Comitê Internacional da Cruz Vermelha fazem um apelo aos parceiros humanitários, governos e meios de comunicação para continuar difundindo mensagens sobre essa doença e como se manter seguro.

"Este não é o momento para ser complacente, nem para nos retirar. Agora é hora de seguir adiante, reduzir a zero e permanecer aí", declara Traoré.

Esta é uma declaração conjunta, publicada pelo Comitê Internacional da Cruz Vermelha, Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho e Cruz Vermelha da Guiné.

 


Mais informações:

Em Conakry

  • Youssouf Traoré, presidente, Cruz Vermelha da Guiné, celular: +224 622 302 322
  • Moustapha Diallo, delegado de comunicação, Federação Internacional, celular: +224 622 121 493, moustapha.diallo@ifrc.org
  • Barry Alpha Oumar, CICV, celular: +224 628 408 837, albarry@icrc.org

Em Addis Ababa/Nairobi

  • Katherine Mueller, gerente de comunicação, Federação Internacional, África, celular: +251 930 03 3413 ou +254 731 688 613, katherine.mueller@ifrc.org
  • Jason Straziuso, CICV, Nairobi, celular: +254 733 622 026, jstraziuso@icrc.org

Em Genebra