O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, afirmou este domingo que a União Europeia "tem o dever" de ajudar a Grécia a ultrapassar o seus problemas, mas que não o pode fazer "de qualquer maneira".
"A Europa tem o dever e o interesse em ajudar a Grécia a ultrapassar os seus problemas, o que o não pode é fazer de qualquer maneira, o que não se pode dizer é que a Grécia é um problema da Europa, dos portugueses, dos espanhóis e dos franceses", afirmou Pedro Passos Coelho lembrando que, naquele país, não se está "a começar do zero" e que "já houve dois programas de assistência".
O governante destacou que a Grécia, "desde o início da crise da dívida soberana, foi sempre tratada como um caso singular" e que foi por isso que teve "soluções que não foram aplicadas a mais ninguém". "Por exemplo, fez a reestruturação da dívida, nenhum outro país europeu reestruturou a sua dívida", salientou, acrescentando que "a Grécia dispõe de mais anos para pagar os empréstimos que recebeu, do que Portugal ou a Irlanda", e que teve "empréstimos bilaterais que outros países não tiveram, quando passaram por estes problemas".
Passos Coelho destacou ainda outras singularidades como o facto de Portugal doar àquele país cerca de 412 milhões de euros, França perto de 740 milhões e Espanha cerca de 200 milhões, o que "nenhum outro país teve". "O que significa que, já no passado, dada a singularidade do caso grego, se adotaram soluções singulares e isso não é impossível de voltar a acontecer", afirmou o governante para quem "o que é importante é ter a noção de que há soluções que, quando encontradas, não podem deixar de valer para toda a gente".