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Mortalidade materna cai 55% no Brasil, aponta relatório sobre Objetivos do Milênio

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Publicado em:30/09/2014
Mortalidade materna cai 55% no Brasil, aponta relatório sobre Objetivos do MilênioHá menos de 500 dias para o fim do prazo para o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), melhorar a saúde materna, o quinto dos oito objetivos, é o grande desafio do Brasil e do mundo. De 1990 a 2011, o país reduziu em 55% a taxa de óbitos das gestantes – ou seja, a taxa caiu de 141 para 64 óbitos por 100 mil nascidos vivos em duas décadas.
 
Isso reflete um avanço maior do que as médias da América Latina e do mundo, cujas reduções foram de apenas 45%, de acordo com o 5º Relatório Nacional de Acompanhamento dos ODM, lançado em maio de 2014, na Arena da Participação Social, em Brasília.
Para reduzir ainda mais a mortalidade materna, os governos federal, estaduais e municipais e a sociedade civil precisam intensificar os esforços para que o país alcance os 3/4 do nível observado em 1990.
 
Ieva Lazareviciute, oficial do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), faz um alerta sobre as mortes maternas que ocorrem, muitas vezes, por causas que poderiam ter sido evitadas durante as consultas pré-natais ou no atendimento médico. “O trabalho para a redução da mortalidade materna merece todo nosso esforço e atenção e passa, sobretudo, pela prevenção. Como mãe, fico mais triste ainda quando uma mulher chega a falecer num momento que poderia ser o mais feliz da sua vida”, declarou.
 
Ana Paula de Andrade Viana, enfermeira e coordenadora do Grupo Curumim, de Recife (PE), responsável pela ‘Inclusão e Reconhecimento das Parteiras Tradicionais ao Sistema Único de Saúde’, uma das práticas vencedoras da 5ª Edição do Prêmio ODM, reforça a necessidade da humanização da assistência obstétrica e o fortalecimento das parteiras tradicionais como elo importante entre a comunidade e os serviços de saúde.
 
“Nossa prática atua na formação de redes e promoção do intercâmbio de políticas de atenção à saúde materna”, explica a enfermeira. “O nosso público-alvo são as parteiras tradicionais e profissionais de saúde, como enfermeiros, médicos e gestores públicos, respeitando as tradições e culturas locais, melhorando assim, os indicadores relacionados à saúde da mulher e da criança”, complementa.
 
A prática, desenvolvida há quase 25 anos, já foi implantada em 17 estados, atingindo diretamente mais de 1.500 parteiras tradicionais, incluindo as comunidades indígenas e quilombolas, e cerca de 1,3 mil profissionais de saúde.
 
De acordo com o Plano de Ação do Conselho Diretor da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), cerca de 95% da mortalidade materna na América Latina e Caribe poderia ser evitada com os conhecimentos que os países têm hoje em dia. As causas mais frequentes dos óbitos maternos são hipertensão, hemorragias, aborto inseguro e infecção puerperal (período de até 42 dias após o parto). A violência contra a mulher é outro fator de risco de morte materna.
 
A Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta que mais de meio milhão de mulheres no mundo morrem por causas maternas a cada ano e as implicações sociais são devastadoras, como a desestrutura familiar e a orfandade de um número desconhecido de crianças. Estima-se que estes órfãos têm um risco 5 a 10 vezes maior de morrer antes de completar dois anos do que as crianças que vivem com os pais.
 

Fonte: ONU Brasil
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