• Álvaro Oppermann
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Vida corporativa (Foto: Ilustração: RP)

Vida corporativa (Foto: Ilustração: RP)

O escritório tradicional está defasado, precisa ser redesenhado”, diz Kevin Kuske, CEO da firma americana de arquitetura izzy+. O layout do escritório atual, nas suas duas versões (cubículo e espaço aberto), está completando 50 anos. Em 1963, o open office, espaço de trabalho horizontal, sem paredes, foi implementado pelo arquiteto alemão Walter Henn na sede da Osram, em Munique. Já o cubículo, módulos em forma de baia, foi criado em 1964 pela firma de arquitetura Herman Miller.

“Crie zonas de tarefas específicas no escritório”, diz um especialista

Na última década, o redesenho do escritório limitou-se à abolição do cubículo, em favor do espaço aberto. Nos Estados Unidos, 70% dos escritórios seguem o layout sem paredes. Mas, de acordo com estudo da faculdade de arquitetura da Universidade de Sydney, na Austrália, os profissionais estão cada vez mais insatisfeitos com a arquitetura aberta, queixando-se da falta de privacidade e de concentração. “A dicotomia ‘cubículo x escritório aberto’ é estéril. Há vezes em que o cubículo é bom e outras em que o espaço aberto é bom”, diz Kuske. Segundo o arquiteto, o moderno layout corporativo deve seguir a lógica do planejamento urbano. “Crie zonas de tarefas específicas dentro do escritório. Zonas de concentração, de colaboração, de criação e até de diversão”, diz. Alguns espaços devem ser públicos. Outros, reservados. “Os funcionários devem ter mobilidade, zona a zona. Faz mal passar de oito a 12 horas sentado”, diz.

Na Klout, consultoria de mídias sociais sediada em São Francisco, nos Estados Unidos, os funcionários desejosos de concentração disputam os “closets”, pequenas tendas armadas em cantos estratégicos – e silenciosos. Já a consultoria nova-iorquina What If transformou a sala principal de reuniões num aprazível bistrô. Empresas como Boeing, Amazon, Google e Samsung estão empregando descobertas da neurociência no redesenho do ambiente de trabalho, com variações de luz e até da altura do teto. Mas ainda não surgiu o design do escritório do século 21. Talvez ele esteja sendo pensado em algum cubículo por aí. 
 

“Ao reduzir a privacidade, o escritório aberto na verdade pode inibir as conversas. Funcionários, sabendo que alguém pode ouvi-los, têm discussões mais curtas e superficiais.” 

Harvard Business Review