18/06/2011 16h02 - Atualizado em 18/06/2011 21h31

Pouco mais de 200 pessoas 'marcham pela liberdade' em Campo Grande

'Marcha da Liberdade' reuniu membros de 15 movimentos sociais.
Participantes protestaram em favor de vários assuntos no evento.

Do G1 MS

'Marcha da Liberdade' realizada em Campo Grande, MS, neste sábado (18) (Foto: Tawany Mary/G1  MS)Estudantes compareceram em peso a
Marcha (Foto: Tawany Marry/G1 MS)

Pessoas de todas as idades se reuniram na manhã deste sábado (18) em Campo Grande por uma luta em comum: a liberdade. Membros de aproximadamente 15 movimentos sociais, ambientais e culturais da cidade participaram da 'Marcha da Liberdade', que acontece hoje em cerca de 40 cidades brasileiras.

Um público, ainda tímido, começou a chegar a praça por volta das 9 horas, com cartazes e roupas irreverentes. O organizador do evento, o gestor cultural Victor Samudio, pensou até que a associação do evento com a 'Marcha da Maconha' fosse afastar as pessoas e temeu que poucos viessem. 'Todos os estados estão sofrendo com isso. Algumas pessoas não estão vindo a Marcha, pois acham que ela está ligada a maconha, mas não é isso', disse.

O organizador acabou sendo surpreendido com a participação de cerca de 200 pessoas, das 1.500 que confirmaram presença em uma rede social na internet. “Nós estávamos esperando umas 500 pessoas, atendeu as nossas expectativas e eu estou muito feliz com essa movimentação”.

'Marcha da Liberdade' realizada em Campo Grande, MS, neste sábado (18) (Foto: Tawany Mary/G1  MS)Luta contra a homofobia também foi levantada
(Foto: Tawany Marry/G1 MS)

A marcha começou às 10h30, os estudantes foram um dos grupos mais animados gritando frases de efeito como: “vem para a Marcha vem” e “você que está parado também é enganado”. A caminhada durou cerca de 30 minutos e passou pelas ruas 13 de maio, Barão do Rio Branco, 14 de julho e terminou na avenida Afonso Pena.

Após a Marcha, os participantes puderam conferir um show com as bandas Dead Cow, Gobstopper e com o músico Márcio de Camillo.

O movimento
As bandeiras levantadas pela marcha foram: a demarcação de terras indígenas, o novo Código Florestal, a questão dos migrantes, o direito da mulher, a homofobia, mais investimento em cultura, a violência contra as travestis, a descriminalização das drogas e os direitos dos estudantes. “Cada Marcha organizada hoje pelo país vai ter a sua cara, a nossa é definida pela cidadania e pela liberdade', disse Samudio.

'Marcha da Liberdade' realizada em Campo Grande, MS, neste sábado (18) (Foto: Tawany Mary/G1  MS)Manifestantes também protestaram contra a 
banda larga (Foto: Tawany Marry/G1 MS)

Estudantes
Os estudantes participaram em peso na Marcha defendendo a destinação de 10% das verba pública para melhorias no setor da educação entre outros assuntos. A integrante do movimento estudantil, a estudante Taina Jara, pedia também por mais segurança na Universidade Federal do estado. “O direito de ir e vir tem que ser respeitado”.

Migrantes
A Pastoral dos Migrantes também pedia pelo direito de ir e vir do migrante. O grupo distribuiu panfletos que alertavam para a questão da migração e das mudanças climáticas. “A liberdade é isso, uma força de pessoas lutando junto”, disse Valdiza Carvalho, coordenadora da Pastoral.

'Marcha da Liberdade' realizada em Campo Grande, MS, neste sábado (18) (Foto: Tawany Mary/G1  MS)Legalização do aborto também foi levada para a
manifestação (Foto: Tawany Marry/G1 MS)

Índios
A coordenadora das mulheres da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Arpipan), a artesão Silvana de Souza, levou um grupo de 20 índios da aldeia Marçal de Souza para a Marcha. Entre as questões que queria levantar estavam a demarcação de terras e a violência contra a comunidade indígena. “Não queremos só liberdade, mas também justiça”.

Descriminalização das drogas
A Marcha, conforme frisou o organizador, não era da maconha, mas alguns do presentes aproveitaram a oportunidade para pedir pela descriminalização da droga, entre eles o estudante Diogo Emanuel. “O usuário não deveria ser tratado como um criminoso, pois a droga hoje é uma questão de saúde pública”.

'Marcha da Liberdade' realizada em Campo Grande, MS, neste sábado (18) (Foto: Tawany Mary/G1  MS)Mães e pais com crianças também marcaram 
presença (Foto: Tawany Marry/G1 MS)

Cultura
A diretora teatral Andréa Freire por várias vezes tomou o microfone na mão para pedir melhorias para a educação. “Precisamos de uma maior verba para a cultura e não apenas R$ 1 milhão. Nosso profissionais querem trabalhar aqui no estado e não irem para fora”, dizia ela.

A aposentada Maria Arruda estava passando pela praça naquele momento e nem sabia o que estava acontecendo, mas quando ouviu a palava cultura resolveu subir tomar a palava e pedir mais valorização para a cultura do estado. “Eu estou tentando escrever um livro junto com meu marido e vejo como é difícil conseguir patrocínio para isso. Precisamos mudar essa situação”.

Meio Ambiente
O ambientalista Eduardo Romero estava com um grupo de 30 pessoas que pedia pela manutenção da vida e da biodiversidade no Pantanal, além da reflexão das questões que envolvem o novo Código Florestal. “A Marcha nos dá a possibilidade aumentar a nossa voz para pedir a garantia da manutenção do Meio Ambiente”.

LGBT e ATMS
Cerca de 30 pessoas do movimento LGBT e da Associação das Travestis de Mato Grosso do Sul (ATMS) marcharam contra a homofobia. “Não viemos aqui para discutir quem é contra ou a favor de algo e sim que somos todos iguais independente de qualquer coisa”, disse Cris Stefanny, presidente da entidade.

'Marcha da Liberdade' realizada em Campo Grande, MS, neste sábado (18) (Foto: Tawany Mary/G1  MS)'Marcha da Liberdade' reuniu pouco mais de 200 pessoas em Campo Grande (Foto: Tawany Marry/G1 MS)