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Discurso de Netanyahu é declaração de guerra aos palestinos, diz assessor de Abbas

Netanyahu cumprimenta congressistas AP
Netanyahu cumprimenta congressistas AP

RAMALLAH, Cisjordânia - Apesar de ter falado em "concessões dolorosas" e da verdadeira ovação que recebeu ao longo dos seus 40 minutos de discurso no Congresso americano, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, passou longe de agradar aos palestinos nesta terça-feira.

Causou desconforto, sobretudo, a insistência em garantir que Jerusalém não será novamente dividida, o que levou Nabil Shaath, assessor do presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, a se referir ao discurso como uma "declaração de guerra contra os palestinos".

FOTOGALERIA : Imagens e os principais trechos do aplaudido discurso de Netanyahu

INFOGRÁFICO : A evolução das fronteiras entre israelenses e palestinos

Também em nome de Abbas falou seu porta-voz Nabil Abu Rudeinah, que acusou Israel de novamente "colocar empecilhos para a paz".

- Para nós, a paz significa um Estado Palestino nas fronteiras de 1967 com Jerusalém Oriental como sua capital. Também não vamos aceitar nenhuma presença israelense no Estado Palestino, em especial, ao longo do Rio Jordão - declarou Rudeinah.

Mesmo aplaudidas, as declarações de Netanyahu entram em confronto com o discurso da semana passada do presidente americano, Barack Obama, que defendeu um acordo para a criação de um Estado palestino que tenha como base as fronteiras anteriores a 1967, ano da Guerra dos Seis Dias.

Numa declaração evasiva, o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, se disse satisfeito com o "comprometimento israelense na solução de dois Estados". Cética, a imprensa israelense destacou o que tratou como promessas vazias do premier, além da confirmação da estagnação do processo de paz.