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Antonio Fadel, criador da Casa Maní (Foto: Divulgação/Casa Maní)

O consumo de alimentos saudáveis ganha cada vez mais espaço na rotina do brasileiro. O pão, por exemplo, foi substituído pela tapioca em muitos cafés da manhã. Além de pouco calórica, a fécula de mandioca é rica em ferro e potássio, que ajudam, respectivamente, na criação de glóbulos vermelhos no sangue e na circulação dele nos vasos sanguíneos. Foi ao observar essa tendência no mercado alimentício que o empreendedor Antonio Fadel, 60 anos, decidiu montar a Casa Maní.

Membro da terceira geração de uma família envolvida no processo de produção de amidos e derivados da mandioca, Fadel tem experiência de 40 anos nesse segmento. No entanto, dedicou seus últimos 25 anos apenas à produção de amido, com a indústria Halotek-Fadel. O empreendedor decidiu voltar às origens quando viu algumas mudanças na alimentação da população. “No início de 2015, com essa nova tendência no mercado de produtos sem glúten, fiz uma pesquisa sobre os novos consumidores de tapioca”, conta.

Com os dados desse estudo, Fadel reformou uma de suas indústrias para que fosse capaz de produzir fécula de mandioca e lançou uma linha de produtos do tipo. “A tapioca é tradicional dos habitantes do Norte e Nordeste do Brasil, mas os novos consumidores são da região Sudeste e Sul. Vi, entre todas as classes sociais, o que esses novos consumidores esperavam da tapioca”, explica.

Com um investimento inicial de R$ 10 milhões - vindo de recursos próprios e da Halotek-Fadel, a Casa Maní foi criada. De acordo com o empreendedor, além da qualidade do produto, o diferencial da linha Tapiocando a Vida, da Casa Maní, é a embalagem à vácuo. Com ela, é possível que o alimento tenha uma durabilidade de um ano sem que seja usado qualquer tipo de conservante.

Mesmo com a economia em queda, a marca foi criada em 2015. “Não olhamos para isso. Toda crise é passageira, podendo ser mais ou menos longa. Estamos em meio há um crescimento da população e de um cenário de mudança nos hábitos alimentares. Quando a crise passar, devemos estar preparados para atender a demanda”, afirma.

casa maní (Foto: Divulgação/Casa Maní)

O preço médio dos produtos da Casa Maní é de R$ 5 o quilo (Foto: Divulgação/Casa Maní)

O produto foi inicialmente apresentado na Feira APAS (Associação Paulista de Supermercados) em maio de 2015. Durante o evento, ainda na fase de produção da linha Tapiocando a Vida, o empreendedor já conseguiu chamar a atenção de representantes do mercado externo. Os primeiros países a se unirem à marca foram Estados Unidos e Japão. Atualmente, a Casa Maní também tem outros parceiros internacionais como Canadá, França e Alemanha. “Estamos negociando, agora, com um pessoal da Coreia do Sul e Austrália”, diz.

A tapioca produzida pela Casa Maní se destaca por sua validade. “Os outros países só consideram apenas 70% da nossa validade para o produto. Os outros 30% são colocados no período de burocracia e transporte. Como a nossa tapioca tem uma validade mais longa, ela é melhor para exportar”, explica o empreendedor.

Com uma equipe de 40 funcionários, a indústria da Casa Maní tem capacidade para produzir 50 mil quilos de massa de tapioca por dia. Atualmente, essa produção varia entre 18 mil e 20 mil quilos. Fadel espera que a capacidade máxima de produção seja alcançada dentro do período de um ano. “Esse mercado cresceu, nos últimos três anos, 30% ao ano. Acreditamos que podemos alcançar logo essa meta de produção”, afirma. Hoje, o produto pode ser encontrado em lojas como as da rede Mundo Verde por cerca de R$ 5 o quilo. Em dez meses de operação, a marca faturou R$ 2 milhões apenas no mês de março. No ano, a expectativa é faturar, no mínimo, R$ 20 milhões.