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Viciados em sujar

Postado em 1.6.10 por Urbanias | 0 comentários


Existem problemas cadastrados no Urbanias que exigem soluções mais complexas, mas o governo apresenta apenas soluções paliativas. Em outros casos,  a questão poderia ser resolvida com uma simples mudança de hábito das pessoas.

Para explicar  fenômenos como esses e apontar possíveis soluções, o Urbanias abre um novo espaço em seu blog: Palavra do Especialista. O primeiro a escrever neste espaço é Cristiano Ferrari Maciel, 32. Formado em Ciências Sociais,  e com mestrado em urbanismo e pós-graduado em gestão urbana, pela Puc de Campinas, ele inicia neste ano seu doutorado em urbanismo. Trabalha como assessor de planejamento em uma prefeitura do sul de Minas. 

Depois desta breve apresentação, segue o texto de Cristiano, sobre um problema presente em muitos bairros: terrenos que pontos de descarte viciados. No Urbanias, a seção Lixo e Poluição  conta com diversos registros de locais que sofrem com descarte contínuo de resíduos, como este na região central.

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Pontos viciados de descarte de lixo

 

O que causa esse problema?

                 A falta de monitoramento e fiscalização das áreas urbanas não habitadas, tanto pelos agentes da prefeitura, como pelos órgãos ambientais, estimula algumas pessoas a depositarem resíduos nos terrenos vazios. Esta falta de zelo pelo ambiente e pelo bem estar dos moradores do bairro é evidenciada quando os próprios vizinhos dos terrenos vazios depositam materiais que deveriam, na verdade, ter um destino correto - o aterro sanitário, cooperativas de reciclagem ou, dependendo do material descartado, um brechó de utensílios domésticos.

                Dessa forma, a falta de um compromisso cívico entre os habitantes da comunidade é uma ameaça para o convívio saudável entre os moradores de um mesmo bairro. Porém, nada substituirá o poder de polícia que os agentes públicos detêm para manter a ordem urbana com a aplicação de políticas públicas direcionadas no âmbito da vigilância sanitária e da limpeza pública.

                O bom senso aliado ao respeito às regras é um  caminho para o encaminhamento de uma solução para este problema tão comum nas nossas cidades .

 

Quais são as conseqüências?

                O local que deveria ser mantido limpo, com serviços de capina e varrição de pequenos resíduos , torna-se um verdadeiro depósito de entulho de todas as modalidades existentes no nosso vocabulário para descrever “sujeira” .

                O espaço se transforma num verdadeiro criadouro de pragas e doenças , além de revelar uma imagem de abandono e desleixo na rua e, por conseqüência, no bairro.

                As crianças que moram naquela região são as principais vítimas desse descaso com o espaço urbano; elas podem, a qualquer momento, utilizarem deste espaço para atividades de recreação  caso não ocorra a devida advertência dos pais pelo perigo iminente que ali se instaurou.

                Proliferação de insetos, roedores e a contaminação do solo são as principais conseqüências desta situação de abandono do espaço urbano.   Fora isso, temos a questão da imagem e da poluição visual - menos grave para a nossa saúde, mas muito grave para os  olhos de um cidadão consciente.

 

Como resolver?

               Mais uma vez, a falta de zelo pelo espaço urbano, seja ele público ou privado, é o grande vilão desta situação!

                Não existe uma fórmula mágica para resolvermos uma questão de cidadania e obrigarmos as pessoas a praticarem o respeito pelo convívio harmonioso em comunidade.

                O poder público deveria manter uma comunicação mais ativa com a população de cada bairro, utilizando os equipamentos públicos e institucionais já instalados em cada região (escola, creche, posto de saúde) para servir como um canal de ligação entre a comunidade e o agente público.

                Uma prática que está sendo  aos poucos  implementada em algumas cidades é a zeladoria urbana. Um modelo de organização da comunidade articulada com o poder público em prol do bem estar dos moradores de uma determinada região. Nesse ínterim, novas ferramentas gerenciais e proativas estão sendo formuladas por cidadãos comprometidos com a causa urbana e o convívio harmonioso entre os habitantes de uma mesma comunidade.

                É imperioso buscarmos o ideal de pertencimento e de defesa do espaço urbano como nosso principal patrimônio.

                A cidade agradece.

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Falta de respeito

Postado em 9.6.10 por Urbanias | 0 comentários



Nesta semana, o especialista Cristiano Maciel, pós-graduado em Gestão Urbana, analisa o problema do excesso de barulho nas cidades. Confira abaixo:

O que causa esse problema?

Poluição sonora é, certamente, um dos maiores problemas das cidades contemporâneas. Não podemos deixar de lembrar que vivemos em comunidade e, diariamente, estamos trocando informações, conhecendo pessoas, encontrando amigos e nos relacionando com a natureza. Para tanto, esta interação precisa ser realizada em harmonia com o espaço privado de cada indivíduo.
Qualquer pessoa, ao ser questionada sobre o barulho que mais incomoda, destacará uma infinidade de itens propagadores de ruído. Muitas são as reclamações: o som emitido pelo culto das igrejas; a disputa de equipamentos de som em carros estilizados; os bares com música ao vivo; as festas comunitárias de bairro; as buzinas dos caminhões que trafegam em áreas residenciais; as motos com escapamento “aberto” emitindo sons assustadores ; carros e motos de propaganda do comércio local com seus poderosos ALTO falantes, entre outros.
Há quem reclame, também, do latido do cão do vizinho, do papagaio da vizinha, dentre outras reclamações de barulhos provocados por animais domésticos . Porém, nós, seres humanos, somos capazes de conter o nosso ímpeto em fazer barulho, já os animais, não.
É preciso mostrar à população que o barulho incomoda, faz mal à saúde e existem regras de convivência para tratar deste assunto.

Quais são as conseqüências?

Hoje encontramos uma grande propagação de ruídos intensos, lesivos e constantes, que aos poucos provoca irritação, desgaste emocional, e danos irreversíveis ao aparelho auditivo do ser humano.
Segundo dados da Organização Mundial de Saúde, OMS, qualquer ruído acima de 55 decibéis pode ser considerado nocivo à saúde.
Além de proporcionar distúrbios emocionais e irritação, a poluição sonora pode provocar situações deselegantes entre vizinhos, caso ocorra algum problema em relação ao barulho promovido em áreas habitadas por um grande número de pessoas. Portanto, além de atrapalhar o repouso, o descanso das pessoas, o barulho pode ser motivo de brigas e discussões entre vizinhos - o que não é nada saudável.

Como resolver?

Algumas atitudes podem ser tomadas pelo poder público para buscar uma solução civilizada no trato da poluição sonora. Aplicar punições apenas não basta. È preciso informar as pessoas sobre certas regras de convivência. Educar é a palavra de ordem para resolvermos este entrave tão comum nas pequenas, médias e grandes cidades.
É preciso que cada município atualize o código de postura para tratar deste assunto que, de tempos em tempos, pode ter a lista dos agentes causadores de ruídos ampliada.
Estipular limites sonoros no período diurno e no período noturno- em decibéis- também pode ser uma atitude correta, desde que o poder público fomente uma ação austera e possua uma equipe preparada (equipada), para agir sempre quando for solicitada.
A conscientização é a melhor política para resolver esta questão, pois muitas pessoas infringem a lei pela simples falta de informação. É preciso mostrar que o barulho incomoda, faz mal à saúde e existe lei para regular isso.
Que me perdoem os barulhentos, mas respeito é fundamental para uma vida saudável em comunidade.
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