Rio

Chacina na Baixada deixa cinco mortos e pelo menos dez feridos

hacina na Baixada Fluminense. Pessoas são baleadas em churrasco na calçada no bairro Éden, rua Cruz da Fé, em frente ao 57. PM observa local do crime. Foto de Fernando Frazão Agência O globo
hacina na Baixada Fluminense. Pessoas são baleadas em churrasco na calçada no bairro Éden, rua Cruz da Fé, em frente ao 57. PM observa local do crime. Foto de Fernando Frazão Agência O globo

RIO - Pelo menos cinco pessoas foram mortas e dez ficaram feridas durante uma festa ocorrida na localidade de Bacia do Éden, no bairro do Éden, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense, na noite de domingo. Ocupantes de uma picape desceram fortemente armados e fizeram vários disparos a esmo em direção à festa. Há informações, ainda não confirmadas, de que o ataque teria sido feito por integrantes de uma milícia que atua na região. A polícia ainda não sabe informar o motivo dos disparos. Os atiradores usaram fuzis no ataque.

A festa acontecia na Rua Cruz da Fé. Os baleados foram levados para os postos de atendimento médicos de Jardim Meriti, de Éden e para os hospitais da Posse, em Nova Iguaçu, e de Saracuruna, em Duque de Caxias. Seis dos feridos ainda estão hospitalizados. O caso foi registrado na delegacia de 64ª DP (São João de Meriti).

Cerca de duas horas depois da chacina, Alex Bernardo de Souza, de 19 anos, foi executado em frente à casa da namorada, na Rua da Prata, no bairro de Coelho da Rocha, também em Samo João de Meriti. Quatro homens armados disparam contra o o rapaz, por volta das 22h deste domingo.

Sem dar maiores explicações, o 21º BPM (São João de Meriti) informou apenas que não há relação entre as duas ocorrências. Não há informações sobre o que motivou a execução de Alex. Os bandidos fugiram, e a namorada do jovem, que presenciou o crime, nada sofreu.

Desde o início do semestre, a polícia vem atacando a milícia da Baixada Fluminense. Em agosto de 2009, o cabo da Polícia Militar Juracy Alves Prudêncio, o Jura, foi preso, acusado de chefiar uma milícia na Baixada. Em seguida, cerca mil pessoas fecharam parte da Via Dutra para protestar contra a prisão de Jura e pedir sua soltura. Um carro de som seguiu na frente dos manifestantes, que também usaram apitos.

Segundo investigação da Polícia Civil, ele é acusado de chefiar uma milícia que controlava atividades ilegais em Nova Iguaçu, Queimados, Caxias e Meriti. O faturamento mensal R$1 milhão. A quadrilha é suspeita da execução de mais de cem pessoas em três anos. Contra o policial havia 14 mandados de prisão. O cabo Juracy estava de licença médica há pelo menos cinco anos, mas continuava lotado no 21º BPM (Vilar dos Teles).

Em setembro, a Polícia Federal prendeu sete pessoas, entre elas quatro PMs e um ex-policial militar. Policiais integrantes da milícia supostamente fariam a segurança de vereadores e deputados estaduais. O chefe da Delegacia da PF em Nova Iguaçu, Alexandre Saraiva, disse que o grupo é acusado de homicídios, da venda de sinal de TV a cabo e acesso à internet, além da cobrança de uma taxa de segurança de comerciantes em Nova Iguaçu e Belford Roxo. Escutas telefônicas mostram os acusados acertando valores para execuções e compra de armas e munição.