14/11/2016 14h28 - Atualizado em 14/11/2016 14h43

Chegada do SUV Toyota C-HR ao Brasil é barrada por incertezas

Já em produção, rival do HR-V veio ao Salão de SP em forma de conceito.
Marca diz que não há planos para vender modelo no país.

André PaixãoDo G1, em São Paulo

O conceito C-RH da Toyota é visto no Salão do Automóvel de São Paulo 2016 (Foto: Flavio Moraes/G1)O conceito C-HR da Toyota é visto no Salão do Automóvel de São Paulo 2016 (Foto: Flavio Moraes/G1)

O Toyota C-HR já é vendido na Europa em versões 1.2 turbo e híbrida. Mas os planos são bastante diferentes para o Brasil, onde a marca exibe o conceito que deu origem do SUV compacto.

Isso mesmo, o C-HR do Salão de São Paulo é o protótipo mostrado ao mundo no Salão de Frankfurt do ano passado. A marca nega que o modelo será produzido ou vendido no Brasil, ainda que este segmento de mercado seja um dos mais disputados e um dos poucos que ainda tem êxito no país.

Basta ver que Honda (com o WR-V), Renault (Captur), Hyundai (Creta) e Chery (Tiggo 2) apresentaram modelos inéditos entre os utilitários esportivos compactos. Outro bom indicador de que o modelo poderia fazer sucesso no Brasil é a enquete publicada pelo G1, em que o C-HR aparece na sexta colocação, atrás apenas de cinco superesportivos, e a frente dos possíveis rivais.

Toyota C-HR (Foto: Denis Balibouse/Reuters)Toyota C-HR em versão final, já à venda na Europa (Foto: Denis Balibouse/Reuters)

Discurso conservador
Durante o primeiro dia que o salão esteve aberto ao público, nenhum outro veículo no estande da Toyota reuniu tantas pessoas quanto o C-HR. Ainda assim, o discurso é bastante conservador. "Trouxemos o conceito para mostrar o design da marca ao público brasileiro", disse o CEO da marca para América Latina, Steve St Angelo.

 

Questionado se a boa receptividade do público poderia mudar a opinião da marca, St Angelo não pareceu otimista.

“Vamos ver como o público recebe [o carro]. Mas mesmo que confirmássemos a vinda do C-HR, teríamos um problema de produção”, comentou.

Segundo o executivo, há um “gargalo” na fabricação do veículo em todo o mundo. Mesmo que a marca quisesse trazer o C-HR importado, o abastecimento poderia ser um problema.

Outra barreira para a venda em curto prazo é a importação. Atualmente, o C-HR só é produzido na Turquia, país que não tem acordo de comércio de automóveis com o Brasil, e por isso, pagaria mais impostos do que veículos nacionais ou importados do Mercosul ou do México.

Fábrica da Toyota em Indaiatuba (SP) (Foto: Divulgação)Fábrica da Toyota em Indaiatuba (SP) (Foto: Divulgação)

Produção distante
Outra possibilidade seria adaptar uma das plantas brasileiras para a produção local. O C-HR compartilha a plataforma TNGA com o Prius. A arquitetura é a mesma que servirá de base para a próxima geração do Corolla, que só chega em 2018.

 

Seguindo a lógica simples de que o novo Corolla continuará sendo feito na unidade de Indaiatuba (SP) da Toyota, é possível imaginar que a fábrica receberá investimentos para se adequar à plataforma TNGA, que possibilitaria também a produção do C-HR.

Mas esta ação exige investimentos. E em um momento delicado do mercado brasileiro, um grande aporte pode parecer arriscado.

Um alento aos que gostaram do C-HR é que até 2018 o mercado já pode ter demonstrado sinais de recuperação, que ajudaria a justificar o investimento para produzir um novo modelo em terras brasileiras.

VEJA O C-HR EM VÍDEO NO SALÃO DO AUTOMÓVEL

Toyota C-HR (Foto: Divulgação)Toyota C-HR já à venda na Europa (Foto: Divulgação)
Toyota C-HR (Foto: Divulgação)Interior do Toyota C-HR (Foto: Divulgação)
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